domingo, 28 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
sábado, 20 de março de 2010
Aqui fica um excerto de mais um artigo fantástico escrito pela Inês da Casa do Pinhal, para ler o post todo cliquem no final do excerto.
A Clara é a minha princesa, de todas as crianças da família é a mais especial.
Por vezes, tenho a oportunidade de a ir deitar e de lhe ler uma das nossas histórias preferidas, “Rapunzel” ou “A Bruxa Mimi”.
A última vez que a fui deitar, a Clara anunciou-me orgulhosamente que seria ela a ler e pegou no seu livro de leitura para meninos que estão a aprender a ler. Abriu o livro na página da letra “M” e juntou as letras devagarinho, uma por uma, até formarem sílabas e, depois, formarem palavras; má, mala, miau…
Cada palavra reconhecida era uma alegria, uma vitória.
Por vezes, tenho a oportunidade de a ir deitar e de lhe ler uma das nossas histórias preferidas, “Rapunzel” ou “A Bruxa Mimi”.
A última vez que a fui deitar, a Clara anunciou-me orgulhosamente que seria ela a ler e pegou no seu livro de leitura para meninos que estão a aprender a ler. Abriu o livro na página da letra “M” e juntou as letras devagarinho, uma por uma, até formarem sílabas e, depois, formarem palavras; má, mala, miau…
Cada palavra reconhecida era uma alegria, uma vitória.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Dominância nas palavras da Casa do Pinhal
A Inês da Casa do Pinhal escreveu um post que diz que forma clara e precisa o que ela sente em relação a este assunto, fica uma pequena transcrição para lerem mais cliquem AQUI:
A questão da dominância nos cães é frequentemente referida sem que haja uma clara definição do que consiste ser dominante.
Uma amiga diz que considerará o seu cão dominante no dia em que ele pagar a renda de casa, conduzir o carro e fizer as compras no supermercado. Eu rio-me e respondo:
- Quem me dera que os meus cães me dominassem! Nem precisavam de me dominar totalmente. Bastava que pagassem a renda que já me sentiria muito feliz!
Brincadeiras à parte, este é um assunto muito sério que aparece frequentemente tratado com alguma leviandade.
quinta-feira, 11 de março de 2010
NÃO FAZ MAL MUDAR DE IDEIAS!
É minha perspectiva pessoal que existe uma forte correlação entre as pessoas que procuram educação, aprendizagem extra e novas experiências e ter-se uma mente aberta e positiva, assim como existe uma correlação estreita entre aqueles que não procuram educar-se, não procuram novas experiências e terem uma mente fechada. Por educação eu quero também dizer experiências, conhecer novas pessoas, experimentar coisas novas, tentar formas diferentes de fazer as coisas e aprender mais. Não me refiro à educação puramente de um ponto de vista académico.
Porque é que é tão difícil dizer, eu mudei de ideias, aprendi algo novo hoje e baseado na nova informação que tenho mudei de ideias e vou fazer as coisas de forma diferente?
Isto é algo perfeitamente natural de se dizer e fazer. Interrogo-me porque é que algumas pessoas são tão “fechadas” e sentem que ir a Seminários, conferências, ou cursos ou buscar mais informação e aprendizagem é uma forma de admitir falta de conhecimento e um sinal de fraqueza, que de certa forma têm que saber já tudo e que ir a tais eventos significaria assumir que afinal não sabem tudo.
Honestamente posso dizer que pessoalmente nunca me arrependi de ir a um seminário, sessão de treino, grupo de discussão ou curso. É saudável sairmos da nossa zona de conforto mesmo que isso signifique assistir a algo que nos intimida um pouco. Por exemplo, eu sinto-me desconfortável com técnicas baseadas em castigo positivo mas já fui a eventos onde uma parte do treino era feito com castigos positivos mas isso não quer dizer que não tire algo importante da experiência. Claro que considero difícil manter a “boca fechada” e não tolero o abuso gratuito de nenhum animal, mas mesmo assim vou, porquê? Porque considero que me ajuda a tornar numa melhor treinadora e numa pessoa melhor. Eu não quero continuar ignorante principalmente nestes tópicos que me causam desconforto. Se eu permanecer ignorante então não tenho como condená-los ou comentar técnicas como as que usam castigo positivo. Se eu me informar então poderei dar uma opinião informada acerca do treino com castigo positivo e porque é que não é aceitável. Poderei depois demonstrar uma forma melhor de fazer as coisas.
Talvez alguém observe como o meu cão trabalha comigo e os resultados do treino, talvez se perguntem como fiz isto ou aquilo sem correções e talvez notem que uso um clicker e recompensas.
Eu não posso mudar o mundo e acreditem que farto-me de ver os encantadores de cães, punidores de cães e “segregadores” de cães na TV mas mesmo assim vejo e aprendo, sim, aprendo o que não fazer e os efeitos do que acontece quando o que fazemos está errado. Existem normalmente algumas demonstrações boas de timing e da eficácia das punições. Eu uso esses clips da TV para treinar staff, clientes e ou alunos como o stress, o “flooding” e as correções afectam um cão.
Podemos ver cães treinados com reforço positivo ganhar competições, felizes, livres de stress e a ouvirem os seus donos. Podemos ver claramente a diferença entre a linguagem corporal de uns cães e outros. Podemos de uma forma crítica avaliar que método resulta melhor e identificar cães treinados com reforço positivo e aqueles treinados com castigo positivo.
Veterinários, treinadores, comportamentalistas e voluntários em centros de ajuda a animais precisam de abrir as suas mentes. Não se deixarem levar com o que acontece na TV, não deixarem que a máquina de marketing e os relações públicas manipulem o que pensam; precisam de seguir mais os seus instintos. Se não parece correcto provavelmente não o é. Será que isso significa que treinadores positivos também precisam de abrir mais as suas mentes? Eu acho que sim, julgo que deveriamos tentar encontrar algo de bom seja em que tipo de treino fôr. Por vezes isto significa um treinador aversivo dar um beliscão a um cão e aperceber-se que uma correção nem sempre é eficaz.
Ciência é ciência, reforço positivo e castigo positivo irão produzir certos resultados e comportamentos e isso é um facto, mas podemos usar as nossas experiências para aprender e crescer. Eu acho que é isto que separa treinadores daqueles que estarão para sempre presos naqueles tempos de treinos antiquados e maus!
Escrito por tara Choule em Dog Star Daily adaptado por Claudia Estanislau
segunda-feira, 8 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Se todos os teus amigos saltassem de uma ponte….Tu ias atrás?
O título alternativo para esta entrada no blog seria “Criança vai para a prisão por ter urinado nas cuecas”.
É fácil até para o observador casual notar que os cães se punem uns aos outros em contextos sociais interespécies (entre cães). Frequentemente surge a questão “ mas se os cães se corrigem uns aos outros por comportamentos “indesejados”, porque é que não havemos de fazer o mesmo?”
Esta questão é pertinente, porque faz com que as pessoas pensem nos cães e na forma como estes aprendem. No entanto, esta pergunta também me lembra sempre uma pergunta que uma mãe faria ao seu filho adolescente “se os teus amigos saltassem de uma ponte tu ias atrás?”. Ou seja, suscita de imediato outra questão, se o que é bom para uns (cães a interagir com outros cães) será bom ou adequado para outros (você a interagir com o seu cão?).
A NATUREZA DAS CORRECÇÃO NA COMUNICAÇÃO ENTRE CÃES
Porque será então ok que cães se corrijam uns aos outros mas menos aconselhado que nós façamos o mesmo?
A resposta simples a esta pergunta é que os cães são muito bons a administrar correcções e nós (humanos) nem por isso.
Steve White, estabeleceu 8 regras relacionadas com o uso de punições. Se der uma vista de olhos nestas regras, verá o quão difícil é aplicar punições eficazes e justas.
O contraste do que aquilo que um cão faz para “castigar” outro e o que nós fazemos é enorme.
Frequentemente quando os donos de um cão observam-no a fazer algo que eles não aprovam (ladrar, copular com outro cão por exemplo, roer um objecto, etc…), a resposta automática e imediata é agarrar no cão, gritar com ele e fazer um drama. Alguns treinadores automaticamente saltam para cima do cão, agarram no mesmo, atiram-no ao chão e fazem um “famoso” alpha-roll.
Wow! Espera aí! Mas que comportamento é na realidade exagerado aqui, o do humano ou o do cão?
Não tenho dúvidas que se um cão quisesse punir outro por um determinado comportamento ele iniciaria por uma repreensão calma e escalaria a sua reacção caso o outro cão não repondesse adequadamente.
Assim, a sequência punitiva de um cão que pretende punir outro por estar a assediar um terceiro, por exemplo, poderia ser idêntico a isto:
1. Aproximar-se do cão e colocar-se ao seu lado.
2. Colocar-se no meio dos dois cães
3. Fixar o olhar no cão que está a assediar, orelhas a cerca de 45 graus em relação á cabeça
4. Ladrar ao cão que está a assediar, orelhas coladas à cabeça.
Se esta estratégia não fosse bem sucedida, poderia escalar para:
5. Eriçar os pelos
6. Rosnar baixo e contínuo
7. Um ladrar alto, rápido e agudo
8. Um arreganhar e morder o ar
Portanto temos 8 variações de punição, nenhuma delas sequer se aproxima da intensidade de um alpha-roll por exemplo, ou de uma palmada!
A maioria dos cães pára o comportamento a uma punição de nível 4. Alguns são mais assertivos e requerem um nível de punição mais alto. Mas aquilo que nós “humanos” consideramos ser uma punição forte, nem sequer inclui uma aproximação ou toque físico para os cães.
Os cães são excelentes comunicadores através do movimento do seu corpo, do posicionamento das orelhas, cabeça, cauda, olhos, das diferentes variações de ladrar, dos rosnos, até mesmo dos conhecidos “chega para lá” que consistem no rosnar e ladrar rápido com mordida no ar, sem nunca tocarem no outro cão.
Raramente os cães se envolvem em brigas sérias. Cães agarrados uns aos outros com sangue e veterinários pelo meio são cenários graves e felizmente mais raras do que normais. O cão não quer na realidade despender energia nem correr riscos em brigas desnecessárias. A sua sobrevivência depende da sua segurança e lutas entre cães são algo reservado a casos de agressão muitas vezes por sociabilização fraca mais do que desentendimentos.
Por comportamentos inadequados a maior parte dos cães comunica eficazmente, e muitas vezes um arreganhar dos dentes, um olhar, ou a tensão do corpo é suficiente para comunicar e punir algo desagradável.
A maioria dos humanos mesmo os mais calmos, quando apresentados com um comportamento do seu amigo canino que não aprovam começam logo por um grito “Ei! Pára com isso!” que seria o equivalente a uma correcção nível 7 entre cães.
Isto é o que queremos dizer quando dizemos que as pessoas não têm muito jeito para punições. Se comparássemos o que fazemos aos cães e aplicássemos ao tipo de punições que usamos uns com os outros (entre pessoas) seria o equivalente a mandar o seu filho para uma escola militar por ter feito xixi nas cuecas.
Ridículo? Será que o castigo está de acordo com o “crime”? Será que é algum crime uma criança ter um acidente durante um período de aprendizagem (das fraldas para as cuecas?). Não seria antes mais adequado preparar a criança para que seja bem sucedida na tarefa (idas mais frequentes à casa-de-banho e recompensar quando faz onde deve) do que enviá-la para a escola militar?
Enquanto que a resposta pode ser óbvia para uns, é surpreendentemente estranho para alguns donos de cães terem esta perspectiva. Ficam presos ao conceito de que cães não são crianças e não são! Mas os mecanismos de aprendizagem aplicam-se a todos os seres vivos, mesmo aos humanos!
Já pensou que se por acaso encontrar uma nota de 20 euros numa rua transversal à da sua casa, a probabilidade de você passar por aquela rua na esperança de encontrar outros 20 euros acabram de aumentar? Mesmo que inconscientemente assim ditam as leis da aprendizagem. Se ao contrário ao passar nessa rua fosse assaltado, o mais provável seria evitar passar por essa mesma rua.
Os cães são gloriosamente subtis nas suas comunicações uns com os outros, e quem tem contacto com vários cães observa isto diariamente. São mestres da subtileza, mudam posturas, posições e movimentos de minuto a minuto – eles percebem mudanças de peso de um membro para o outro, alterações de cheiro no corpo, intenção corporal na aproximação de um indivíduo, velocidade da respiração, intenção no olhar, etc.…
ETOLOGICAMENTE FALANDO
Ao fazermos uma avaliação etológica de “custo-benefício” nas correcções, não beneficia o cão como espécie fazer punições severas – agressão é aquilo a que os especialistas e comportamentalistas chamam de “comportamento caro” – tem um preço alto (um risco enorme) e como tal é um último recurso. Sempre ouvimos dizer que um cão se puder foge e só depois ataca. Os cães atacam em último recurso, para se defenderem, quando se sentem ameaçados, para proteger o seu legado (as suas crias) ou para protegerem algum recurso escasso do qual dependem para sobreviver (como a comida). Felizmente esses casos são raros. Raros são os cães que têm de defender as suas crias, ou lutar para comer, a domesticação e aquilo que provemos dá-lhes aquilo que mais querem, uma vivência harmoniosa e em paz.
Existe o mito de que as cadelas punem as suas crias com abanões no cachaço ou mordidas no pescoço. Esta meme* persiste vinda duma literatura antiquada. Na realidade tal acção nunca foi documentada como verdadeira. As cadelas apenas agarram nas suas crias pelo cachaço quando as crias são muito pequenas, estão em perigo ou se afastam em demasia e a cadela pretende mudá-las de local. Fora desse contexto nunca nenhuma cadela agarra um cachorro pelo cachaço e abana de um lado para o outro como correção. Esta descrição não passa de um mito perpetuado por observações anedóticas e iniciado por más interpretações ou interpretações erróneas do que está na realidade a ser feito.
Dito isto se alguma vez ouviu o conselho “agarre no cachaço do cachorro e grite não”, pense duas vezes. Pense no que o cachorro vai sentir quando fizer isto. Medo, confusão, angústia, stress, e acima de tudo vê-lo a si como um ser estranho e imprevisível que administra punições completamente despropositadas e graves das quais ele se tem que defender. Por isso muitos cães crescem e se tornam agressivos, a isso se chama agressão defensiva. Se tem um cachorro em casa, não tente imitar outros cães, nem tão pouco lobos.
Seja um lider calmo e inteligente, use a sua capacidade de controlar os recursos importantes para o cão para o treinar (todos os cães têm que comer, ou lhe dá a comida gratuitamente ou o faz trabalhar para a ter), estabeleça regras desde o início, seja acima de tudo consistente e justo. Goze da companhia do seu cachorro, carregue-se de paciência porque todos os cachorros são apenas bébés e precisam de se divertir e descobrir o mundo e fazem como todos asneiras enquanto descobrem o mundo. Mostre ao cachorro o que espera dele e não aguarde que ele faça asneiras para o punir, concentre-se antes em recompensar o que ele faz bem para que ele repita esses comportamentos e aprenda como pode agradá-lo.
Aprenda a ser o melhor amigo do seu cão!
*o meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Os memes podem ser idéias ou partes de idéias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma. Quando usado num contexto coloquial e não especializado, o termo meme pode significar apenas a transmissão de informação de uma mente para outra.
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