sábado, 13 de setembro de 2008

Mega-Rodeio, Factos e Imagens


Os apoiantes dos rodeios, afirmam que este desporto deveria ser mantido como uma tradição americana que remonta aos tempos do velho Oeste, quando os cowboys domavam as bestas selvagens com perícia e força bruta. O que eles negam em aceitar é que os rodeios são espectáculos nos quais animais são forçados a “actuar” numa competição que é essencialmente uma demonstração da dominação humana sob outra espécie.

A maioria dos animais usados em rodeios – cavalos, touros jovens, bezerros – são completamente domesticados e não têm agressão natural. O seu comportamento selvagem em eventos de rodeio é induzido artificialmente através da dor ou irritação provocada por acções como torcer as caudas, beliscar as orelhas, ou através de choques eléctricos. Por exemplo, os organizadores de rodeios afirmam que os que os cavalos designados por “broncos” - cavalos selvagens – têm uma tendência natural a darem pontapés (bucking) mas esta afirmação é falsa.


Um cavalo confuso atira-se para cima das traves

A realidade é que os cavalos não dão pontapés a não ser que os manuseadores atem uma tira de pele à volta das costelas. Se você alguma vez foi beliscado na área sensível dos nervos à volta do seu abdomén, você irá entender porque é que um cavalo instintivamente dá pontapés numa tentativa desesperada de escapar a pressão. A tira é apertada de tal forma, que os cavalos usados nos rodeios, frequentemente apresentam pisaduras nos seus abdoméns causadas pelo uso da tira. Enquanto que a tira causa dor e desconforto, os pontapés, causam feridas graves e levam muitas vezes a morte. Em muitos rodeios dentro das tiras, são incluidos, pregos, anzóis e outros que infligem dor de forma a provocar pontapés mais “espectaculares” por parte do animal. Várias cidades Americanas, incluindo Pittsburgh, baniram rodeios pelo facto destes usarem as tiras uma vez que são tão cruéis.



No bem conhecido evento de laçar um bezerro, os cowboys demonstram a sua habilidade em lançar uma corda e atar o mais rapidamente possível, bezerros com 4 a 5 meses de idade. Os bezerros saem dos portões a velocidades aproximadas de 48 km/h, para escapar aos tratadores que torcem e puxam as suas caudas. Em seguida os cowboys enlaçam os bezerros á volta do pescoço, muitas vezes torcendo as suas cabeças para trás quando estes chegam ao final da corda. Muitas vezes eles são puxados propositadamente para trás, no que os rodeios chamam de “jerkdown”.
Os concorrentes lançam então os bezerros ao chão para os atordoar e poderem atar as suas patas. Durantes estes espectáculos canais televisisvos como a ESPN, cortam sempre estas partes para evitar que as audiências em casa não tenham que assistir a tal brutalidade. Até os cowboys concordam que o lançamento de corda é desumano. Keith Martin, o director executivo da exposição de Gado em San António, disse ao jornal San Antonio Express-News, “Se eu penso que magoamos o bezerro? Claro que sim, não sou estúpido.”

Por causa da natureza tão agressiva dos rodeios, os animais usualmente sofrem feridas graves, tais como ligamentos rompidos, ossos partidos, cornos fracturados, sangramentos internos e até graves torções na medula espinal e nas traqueias.O veterinário e inspector C. G. Haber foi testemunha do devastante impacto que os rodeios têm nos animais. De acordo com o Dr. Haber, “Os organizadores dos rodeios enviam os seus animais para as suas jaulas... Vi gado estar tão gravemente pisado que as únicas areas onde ainda havia pele visível era na cabeça, pescoço, pernas e barriga. Vi animais com 6 e 8 costelas partidas e alguns com pulmões perfurados.”

Em muitos rodeios, são usados instrumentos para para provocar choques eléctricos nos cavalos para que estes saiam das jaulas esperneando o mais possível. Estes intrumentos são usados com o único propósito de causar uma reacção dolorosa e como tal inevitável de escape do animal que sai da jaula como se estivesse “posesso” ou “selvagem”. Estes instrumentos de choque já foram admitidos ser usados por várias organizações de rodeios, a APRA (Associação de Rodeios Profissionais Australiana) considera “o uso correcto do instrumento de choque uma forma humana de lidar com o gado”.




Vejam na mão do tratador um instrumento de provocar choques


Existem muitas informações contraditórias quanto aos eventos de rodeios e de como estes se processam e se desenrolam. No entanto as provas são devastadoras no sentido de que estes eventos estão longe de respeitarem os animais.

Em seguida posto um vídeo extremamente chocante, para que as imagens possam falar por elas mesmas. Vejam por vocês mesmos e tirem as vossas conclusões.


Obrigada

Vejam o vídeo aqui

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mega-Rodeio, Mega-Abuso Animal

Quando li a noticia de que os juízes em Faro haviam proíbido a elaboração de um evento de Rodeio na Feira de Cavalos em Estói, suspirei de alívio... infelizmente esse suspiro foi de pouca dura visto que pouco dias depois descobri que a cidade do Porto, em conjunto com a Porto Lazer decidiu aceitar este evento e que não só isso, mas este iria ser patrocinado por empresas tais como: Fnac, Cimpomóvel/Suzuki, Remax, Campinanda, Body Concept - Saúde e Bem-estar (???) e TicketLine.

Agora pergunto, certamente as pessoas que estão á frente de instituições como a Camara Municipal do Porto ou a Porto Lazer, ou de empresas tão conceituadas (ou não, pelos visto) como Remax e Fnac para nomear algumas, fossem pelo menos tentar saber um pouco de que se trata este evento antes de se atirarem de cabeça.

Sim porque, nós aqui em Portugal até à data e felizmente, pouco ou nenhum contacto temos com esta "actividade" (adoro quando chamam a eventos destes desportos, coitada da Rosa Mota), como tal sei lá, ir ao google e ler umas coisas, tentar saber o máximo de informações possíveis? Saber a história toda?

Ah, mas eles têm a informação toda de que precisam. Decerto, os representantes deste espectáculo medonho, munidos de papéis com números atractivos, entraram pelos escritórios destas empresas dentro e venderam-lhes aquilo que eles queriam. Cifrões ... e o resto perguntamos nós? Ah, vai sempre aparecer alguém com a mania de que temos que salvar os animaizinhos dizer alguma coisa, mas são uma minoria, eles não sabem o que dizem.

Mas hoje em dia, quem se preocupa com o bem-estar dos animais são tudo menos uma minoria. Somos uma maioria, somos os representantes, a voz e as acções dos animais que não se podem defender contra a crueldade de alguns ignorantes insensíveis ao sofrimento animal.

O que me deixa francamente entorpecida é o facto de que não basta termos que lutar contra tantas crueldades feitas aos nossos animais diariamente em nome da cultura, da tradição, do que sempre se fez, mas agora temos que fazer o mesmo por um espectáculo que nada nos diz, não tem absolutamente nada haver com a nossa cultura, não está nem nunca esteve na história da nossa nação e é um produto exclusivamente importado.

Sim agora importamos crueldade animal....

Decidi enviar uma carta a todos os responsáveis por este espectáculo tão cruel. Em baixo deixo a carta tipo que podem usar à vontade ou escrever uma vossa, desde que espalhem a mensagem, e as moradas de quem a devem enviar.

Ajudem, apenas basta o clique de um rato para fazer alguma diferença

Carta Tipo:

ATT (nome do patrocinador)

Venho por este meio expressar o meu descontentamento e desânimo ao saber que a vossa empresa patrocina um evento como o “Mega-Rodeio”.
Os rodeios são espectáculos realizados com o intuito de entreter a população à custa do sofrimento e abuso animal e o vosso patrocínio vem não só permitir que este espectáculo seja realizado como vem colocar a vossa empresa na lista dos que apoiam o abuso, crueldade e mau trato dos animais.

Os rodeios usam técnicas como o uso do “sedém” nos animais, um artefacto de couro que é amarrado à volta do corpo do animal (sobre o pénis ou o saco escrotal) e que é puxado com força no momento em que o animal entra na arena, provocando a compressão dos canais que ligam os rins e a bexiga, bem como o prepúcio, o pénis e o escroto, o que faz com que os animais saltem desesperadamente, tentando libertar-se deste dispositivo e da imensa dor que lhes causa.

No sedém, tal como sob a sela dos animais, são colocados pregos, pedras, alfinetes e arames em forma de anzol, assim como são aplicados choques eléctricos em partes sensíveis dos animais antes da entrada destes na arena, por forma a enfurecê-los e provocar-lhes reacção.

Patrocinar este evento, é ignorar todas as provas já acumuladas por todo o mundo onde estes eventos se realizam, do abuso que estes animais sofrem. Numa sociedade que é capaz de oferecer à população centenas de formas de entretenimento não só de alta qualidade, como respeitadores da ética, civismo, duma cultura desenvolvida e rica será um eterno enigma porque é que uma empresa como a vossa decide patrocinar tal evento.

Não se enganem, hoje em dia, o número de pessoas que se interessam e lutam pelo bem-estar animal é bem maior do que aquelas pessoas que preferem ignorar o óbvio e se escondem atrás da mascara da ignorância. Estas pessoas que defendem o bem-estar animal são as mesmas que fazem escolhas conscientes e capazes acerca não só dos locais que frequentam, mas também do dinheiro que gastam e de como o fazem.

Peço-vos que reconsiderem a vossa escolha em patrocinar um evento como este, que nada está relacionado sequer com a cultura portuguesa. Pior do que sublinhar o mau trato dos animais é fazê-lo com a consciência das vossas escolhas e fazê-lo para promover um espectáculo sem precedentes no nosso país.

Não contribua para a importação da ignorância, falta de ética e do abuso dos animais. Cancele o patrocinio deste evento e assegure que o bom nome da vossa empresa se mantenha aos olhos de todos.

Atentamente


Nome - Profissão
Nº do vosso BI - xxxxxxxx


MORADAS:

geral@cm-porto.pt, gabinete.municipe@cm-porto.pt, geral@portolazer.pt, pedromendes@portolazer.pt, suzuki@cvl.pt, cimpomovelvl@cvl.pt, boanova@remax.pt, geral@campinanda.pt, geral@bodyconcept.pt, franchising@bodyconcept.pt, ticketline@ticketline.pt, info@fnac.pt, norteshopping@fnac.pt, gaiashopping@fnac.pt, stacatarina@fnac.pt, bbproducao@yahoo.com.br

domingo, 7 de setembro de 2008

O cão na sua sala-de-estar por Barry Eaton

Se tem um cão, será você o líder da matilha? Tem a certeza que com a mãe, o pai, as crianças e o cão, é o cão que tem o status mais baixo do pack?

Há muitos anos para cá, que é dito aos donos de cão que estes têm que ser os líderes da matilha. Que todos na família têm que ser dominantes sob o cão, ou este poderá tornar-se dominante sobre eles. Algum sinal de fraqueza humana, e o cão com um predisposição dominante poderá tirar partido e tentar um status mais alto dentro do “pack”. Isto, somos ditos, faz com problemas comportamentais se desenvolvam, ou a que o cão seja teimoso e desobedeça comandos.
Se isto acontecer somos aconselhados a implementar um Programa de redução de rank, que inclui entre outras coisas, comer sempre antes do cão, não permitir que ele durma na cama, não jogar jogos de tug-of-war e não permitir que passem pelas portas primeiro. Em adição a isto, como o antepassado do cão é o lobo, os programas de redução de rank são baseados em comportamento lupino, apesar do facto de que temos um cão na nossa sala de estar, não um lobo.


Novas pesquisas e novas teorias do comportamento canino revelaram-se recentemente, e como tal, apenas por interesse vamos olhar para a vida de um cão sob uma perspectiva diferente. A primeira questão que temos que considerar é e o cão é um animal de matilha. De acordo com o etologista Ray Coppinger, não. Ele estudou um grupo de cães ferais que viviam á volta de uma aldeia. Eles tinham todos os meios de sobrevivência à sua disposição, comida das lixeiras da aldeia, água e protecção e como tal não existia motivo para que ele formassem matilhas. Eles viviam uma vida semi-solitária ou em grupos pequenos, provavelmente uma mãe e os seus cachorros. Nós sabemos que os cães são animais sociais, tal como nós, e é por isso que conseguimos viver juntos debaixo do mesmo tecto. Como tal, com base nas pesquisas feitas por Coppinger, como damos aos nossos cães comida, água e acomodação 5 estrelas, olhamos pela saúde deles e damos-lhe exercício, porque é que eles haveriam de querer formar uma matilha connosco?


Outro aspecto da teoria da matilha é que tende a ser conspecífica; ou por outras palavras são constituídas por membros da mesma espécie. Como tal, cães e pessoas não podem formar uma matilha na verdadeira assessão da palavra; um grupo social, sim, mas não uma matilha. Os cães não pensam como nós, não se comportam como nós, não cheiram como nós ou vivem pelos mesmos valores do que nós. Dados estes factos, não deveriamos questionar se o cão que está na nossa sala de estar estará mesmo á procura de oportunidades para aumentar o seu status?
Antes da sua triste e trágica morte, John Fisher começara a questionar-se se os cães se viam como parte do uma matilha e se eles deveriam viver sob regras que supostamente reforçam a nossa posição como líderes de matilha. Infelizmente ele não teve oportunidade de colocar por escrito muitas das suas visões modificadas, apesar de que uma das coisas que ele publicou foi “... se é como se vive com os cães eu tenho notícias que irão desapontar muitas pessoas que almejam o status de Alpha – tudo isso não quer dizer pévias para o seu cão.”


Acho que vale a pena questionar algumas das regras de matilha que nos são ditas como forma de educar os nossos cães para que estes não se tornem dominantes. Nunca se esqueça que essas regras existem baseadas no comportamento dos lobos e não no comportamento dos cães.


Comer antes do cão, porque o Alpha come sempre primeiro. Então chegamos a casa com o nosso novo cachorro, chamamos a família, comemos uns biscoitos e depois podemos colocara comida do cachorro no chão. O que é que será que o cachorro vai realmente entender disto? Não muito! De acordo com pesquisas feitas por David Mech, numa matilha de lobos que anda à solta, se a presa fôr suficientemente grande, não existe ordem, e todos os lobos comem em conjunto. Se a comida fosse pouca, os cachorros comeriam primeiro. A progenitora investiu 50% dos seus genes nos seus cachorros e para assegurar a sua sobrevivência, ele dar-lhe-ia a porção dela. O nosso comportamento em fazer o cachorro esperar poderá causar stress ou talvez encorajá-lo a saltar de forma a tentar chegar à comida.

Atravessar as portas antes do cachorro porque os lobos submissos ficam de lado e deixam o lobo Alpha passar por pequenas aberturas primeiro. Como a comunicação entre cães é diferente da comunicação entre cães e humanos, irá o cachorro entender a mensagem por trás deste comportamento? Não conseguimos nem de longe mimicar a linguagem corporal ou expressões faciais e como tal o objectivo deste exercício é inútil para o cão.


Um cão que puxa na trela está a tentar tomar conta do passeio, tal como um lobo dominante o faria, e decide para onde quer ir. OK, então um cão a caminhar para o parque puxa na trela, porque esta excitado com a ideia de ir passear ao sítio favorito dele, o parque. No caminho para casa, quando está cansado, já não puxa tanto. Então deveremos deduzir que o cão está a ser dominante no caminho para o parque e submisso no caminho para casa? Senso comum diz que não.


A comparação entre o comportamento dos nossos cães e o comportamento dos lobos é enganoso. Apesar do cão se ter descedentes do lobo, este último mudou quase nada. Nós, ao contrário, produzimos raças de todos os tamanhos e feitios.. Temos raças com diferentes cores, tipos de pêlo, tamanho e alguns mesmos em pelo nenhum! Temos cães com diferentes posições, orelhas e caudas. Criamos raças para guardar, procurar, puxar trenós, caçar e para não fazer nada senão dormir nos nossos sofás. Os cérebros dos cães mudaram: são mais pequenos que os dos lobos. São motores inatos de padrões diferentes, e motivações diferentes. Um cão não é um lobo vestido de cão; é simplesmente um cão!


É claro que não existem garantias que um cão não vá desenvolver problemas comportamentais, mas existem muitos passos que podem ser tomados para minimizar esse risco. Escolha uma cachorro de um criador que crie ninhadas dentro de casa, para que estes se começem a acostumar a barulhos de pessoas e da casa. O criador deverá também iniciar o processo de socialização, que deverá continuar assim que o cachorro chegue à sua nova casa. Ensine-lhe as regras de casa, para que o cachorro saiba o que pode e não pode fazer. Se um cão grande não pode deitar no sofá, não o encorage a fazer isso quando é cachorro. Comece o ensino de obediência básica utilizando métodos de reforço positivo para que o cachorro acabe sendo um bem socializado e bem comportado.


Não temos que ser Alphas, dominantes ou líderes de matilhas, nem o nosso cão. Tudo o que precisamos é sermos donos responsáveis por guiar os nossos cães, moldar e influenciar o seu comportamento através de uma boa socialização para que vivam em harmonia connosco.