sexta-feira, 27 de junho de 2008

A CONTROVÉRSIA DO “DOG WHISPERER” CESAR MILLAN - Parte 2

Aos que lerem este artigo por favor cliquem neste link para acederem a outro que complementa este. obrigada a todos. CLIQUE AQUI

Ao visionar vários programas do Cesar Millan, muitas são as questão que se colocam. Quando confrontados com a verdade sob os métodos de Cesar muitas pessoas contestam. Espero aqui poder esclarecer algumas dessas questões de uma forma clara.
NUNCA O VI MAGOAR UM CÃO

A maioria dos críticos não se referem a um abuso físico, embora alguns dos métodos usados no seu programa poderão ser classificados como tal. No episódio Fondue, Chip, Hope & JoyJoy, cães pequenos são agarrados e içados do chão pelo cachaço. No episódio de Teddy, os pés de um Labrador são levantados do chão içados pela coleira. A maioria dos donos de cães não iria permitir que uma pessoa no parque tratasse o seu cão dessa forma, independentemente do comportamento do seu cão.

JonBee, amordaçado, é levantado do chão com uma coleira de engasgo (parece uma inofensiva fita amarela), um procedimento conhecido por “stringing up”. Antes disto, o cão não só não demonstrou nenhum sinal de agressão como tentou várias vezes evitar qualquer tipo de interacção com Cesar Milan.

Ruby mostra multiplos sinais de stress durante este episódio. Pouco depois disto, é-lhe oferecido um pedaço de comida que ela recusa. A recusa de comida num cão saudável é um sinal comum que o sistema nervoso simpatético do cão foi activado, desactivando o sistema digestivo do cão e preparando-o para um situação de fuga ou de luta.
Aquilo que realmente preocupa os críticos é o stress psicológico no qual são colocados os cães durante o programa. Muitos cães que oferecem comportamentos de evitação no início do programa são na sua maioria “empurrados” para uma situação de agressão e luta.
Um exemplo bastante perturbante é o de JonBee, um Jinbo que é forçado a deitar-se de lado. Após uma luta significante e perigosa (durante a qual o cão parece ter urinado), o cão finalmente desiste e permite-se a ser deitado de lado. No entanto, o cão não está relaxado. Muito pelo contrário, o cão exibe todos os sinais de stress e exibe um fenómeno chamado de “learned helplessness”, ou muitas vezes chamado também por treinadores de “shut down” ou em português uma situação de desamparo em que o cão “desliga” e deixa de oferecer qualquer tipo de comportamento a fim de terminar o confronto.

Este vídeo está sem som propositadamente. Para observar o video na totalidade e com som, clique aqui


“Learned helplessness” foi originalmente observado por cientistas que colocavam cães numa caixa fechada sem saída e lhes administravam choques através do chão. Os cães inicialmente tentavam escapar e depois, já exaustos e não encontrando uma saída, simplesmente se deitavam no chão, apesar de continuarem a receber choques. Os cães não estavam a “gostar” dos choques ou não se habituaram aos mesmos, simplesmente desistiram.

Não é necessária uma lesão física para traumatizar um cão. Enquanto alguns cães recuperam de experiências traumáticas com mais facilidade, outros terão como consequência problemas comportamentais para o resto da vida.
Tal como nos humanos, o stress crónico causa sérios problemas médicos em cães, que vão desde sistemas imunitários fragilizados, doenças digestivas, a problemas de coração. O stress agudo pode tornar um cão sensível a determinados ambientes e pessoas, criando uma associação ainda mais negativa do que antes e consequentemente levando a outros problemas no futuro.
Como tal, repetidamente colocar um cão numa situação de stress, na realidade, causa-lhe dano.

JÁ ALGUMA VEZ VIU O PROGRAMA?
Na realidade, a maioria dos profissionais que levantaram a voz contra os programas de Cesar Milan, veêm o show com regularidade. Andrew Luescher, um Veterinário Comportamentalista na Universidade de Purdue, viu Dvds do programa que lhe foram enviados pela própria National Geographic antes estes irem para o ar. Ele na altura, exprimiu as suas preocupações à produção do programa.

Eu regularmente observo o programa e faço downloads dos videos podcasts. Primeiro observo-os sem som, para que possa observar os comportamentos do cão e as acções de Milan, assim como as respostas do cão aos métodos usados. Eu considero a música dramática, o narrador e as explicações da estrela do programa frequentemente contraditórias com o que realmente está a acontecer no ecrã.

NÃO ESTARÃO OS CRÍTICOS APENAS INVEJOSOS DO SEU SUCESSO??
Muitos do profissionais que falaram contra o programa são extremamente bem sucedidos. Têm o respeito dos seus colegas, são professores em universidades, locutores e autores famosos. Outros incluem treinadores profissionais e consultores de comportamento canino que ajudam com sucesso cães com problemas comportamentais sérios através de associações de animais e outras organizações sem lucro dedicadas à melhoria do bem-estar dos cães e de outros animais.
A popularidade do programa de tv não criou uma perda de negócio para treinadores e especialistas em comportamento canino. De facto, o oposto aconteceu. Vemos um aumento impressionante de chamadas de donos de cães que se apercebem que os problemas dos seus cães não são algo com o qual eles têm que viver, que é o que o programa anuncia. No entanto, mais de metade das casas que visitamos vê o programa com certa regularidade e já tentaram os métodos sem sucesso ou com resultados negativos.
Se o programa atingisse o mesmo sucesso, com métodos humanos e positivos, baseados no conhecimento cada vez mais crescente da ciência e do comportamento canino, e não baseado numa interpretação individual do comportamento, a maioria dos profissionais estaria a glorificar o programa e a estrela. Não é inveja que motiva os protestos de outros colegas da profissão mas sim a falta de segurança e bem-estar dos cães e dos seus donos.

MAS ELE NÃO TREINA CÃES, ELE REABILITA-OS
Enquanto que treino de obediência e modificação comportamental não são a mesma coisa, eles não estão completamente separados um do outro. Para se treinar um cão com sucesso, é necessário um conhecimento complexo de como os cães aprendem e do que os motiva a repetirem comportamentos. Essa compreensão também é essencial para poder modificar comportamentos.

Cães que não detêm um fundamento básico de obediência são mais difíceis de controlar e respondem menos aos seus donos, o que torna a modificação comportamental (ou reabilitação) muito mais difícil. Uma das coisas que eu observo frequentemente no programa é que enquanto o cão não responde ao que despoleta o comportamento (outros cães, pessoas, skates, etc...), também não responde ou olha para os seus donos. Na realidade, a presença de uma trela curta e a frequência de esticões dados na trela sugere que o cão não seria tão “submisso” se o dono largasse a trela.

É difícil imaginar como é que alguém consegue reabilitar um cão sem um conhecimento básico de como os cães aprendem, ou porque é que alguém iria ignorar este passo tão importante que encoraja a cooperação e coloca o dono numa posição de “liderança”.

MAS NÃO EXISTE APENAS UMA FORMA DE TREINAR CÃES
Claro que não. No entanto, o que poucas pessoas sabem é que muitos dos treinadores “positivos” de topo (incluindo os treinadores de “clicker”) começaram exactamente como treinadores hà 20-30 anos atrás e mudaram de métodos após se aperceberem dos benefícios deste tipo de treino para obediência, competição e modificação comportamental. Portanto não só estão estes treinadores cientes de que existe mais do que uma forma de se treinar um cão, como têm uma experiência extensa em variados métodos, incluindo os métodos aversivos usados neste programa.

Sim, existem muitas formas de se treinar um cão. Eu penso que o que os donos de cães deveriam perguntar-se é porque é que deverão escolher um método que causa stress ou magoa o seu cão sem tentarem primeiro métodos menos aversivos.

OUVIR DIZER QUE TREINADORES “POSITIVOS” PREFEREM EUTANAZIAR CÃES

Dado o extenso número de livros escritos por treinadores “positivos” em como modificar problemas comportamentais sérios, incluindo agressão, já para não mencionar a contínua educação através de seminários e conferências referentes ao tema da modificação comportamental nomeadamente de agressão, é claro que treinadores “positivos” não escolhem a eutanásia em vez da modificação do comportamento problemático.

Um treinador com ética profissional, seja ele “positivo” ou não, sabe que a eutanásia é uma opção que não deverá ser recomendada de ânimo leve, e nunca por telefone ou pela internet. A decisão final deverá ser feita pelo dono do cão, após considerar todos os factores incluindo possíveis doenças que possam ser a causa ou contribuam para o comportamento, a extensão do problema, as opções de modificação disponíveis, a habilidade de gerir a situação em segurança enquanto se implementa o plano de modificação comportamental e o empenho de todos os membros da família.

Se o dono de um cão é aconselhado a eutanásia como uma opção pelo telefone ou pela internet ou sem serem dadas opções ou alternativas ou por apenas um profissional, o conselho é que procure ajude noutro local.

MAS RESULTA
Eu nunca vi um comportamento ser realmente modificado em nenhum dos programas. O que vejo são cães com comportamentos suprimidos; cães a caminhar com trelas curtas, cães hirtos e imóveis após serem rolados ou atirados á força para o lado, cães que em quase todas as instâncias estão presos de uma forma ou de outra.

Para mim, como para muitos outros treinadores que trabalham com cães diariamente, se o cão tem que estar preso por uma trela curta para poder passar por outro cão, para ser penteado ou para outra coisa qualquer, o comportamento não foi alterado.

RESULTOU NO MEU CÃO

Se os métodos usados no programa o ajudaram a si e ao seu cão nalguma forma e não criaram problemas comportamentais adicionais então consigo compreender porque é que é difícil ver o mal neles.
No entanto, em comparação ao número limitado de cães que uma só pessoa poderá ter durante toda a sua vida, comparado com os milhares de cães cujos profissionais que falam contra estes métodos, encontram e que desenvolvem problemas muito graves como consequência directa de métodos punitivos, prova o contrário.
Também se deve definir “resultou”. O que normalmente ouço é algo parecido com isto:
“Resultou no meu cão. Sempre que ele (inclua aqui o comportamento), eu dou-lhe uma correcção, digo “Tssssht” e ele pára”.
Note as palavras, “Sempre que ele ladra”. Isto indica que o cão continua a repetir o comportamento. A ideia por trás da modificação comportamental não é que o cão pare de demonstrar o comportamento momentaneamente mas que o comportamento mude de forma a que as reacções do cão naquele ambiente sejam diferentes, tal como olhar para si, na vez de ladrar. A supressão de um comportamento não é a modificação do mesmo. Se o dono tem que continuamente repetir a “correcção” o comportamento não está a ser mudado.

E DEPOIS SE ELE NÃO TEM EDUCAÇÃO FORMAL? ELE NÃO ESTUDA SÓ OS CÃES NOS LABORATÓRIOS, ELE TRABALHA COM ELES DIARIAMENTE

Existem muito treinadores profissionais e consultores de comportamento que não têm educação formal ou cursos universitários. No entanto, estes treinadores, educam-se e continuam a educar-se, mantendo-se sempre a par das últimas descobertas no mundo do treino e comportamento canino.

Enquanto possa ser verdade que os cientistas que trabalham em laboratórios e estudam o comportamento nem sempre trabalham com cães que detêm problemas comportamentais, a informação que eles nos dão com os seus estudos, é importantíssima para todos os que realmente trabalham com esses cães.

Ignorar mais de um século de estudos científicos em comportamento animal aumenta a ignorância dos donos de cães, que é a verdadeira causa dos problemas comportamentais nos cães.



ENTÃO DEVEMOS TRATAR OS NOSSOS CÃES COM PANINHOS QUENTES? COMO CRIANÇAS?

Cuidados parentais, incluem dar aos filhos nutrição, educação e regras sem o uso da violência e/ou abuso físico ou psicológico. Todos estes princípios são consistentes com a criação de um cão saudável e bem comportado. Como tal se os donos de cães tratassem os seus cães como são esperados tratar os seus filhos existiriam muitos menos problemas, não mais.

Em 1992, O Jornal de Ciências Aplicadas ao Bem-Estar Animal publicou um estudo feito com mais de 700 cães, no qual tentaram determinar se atitudes ou actividades antropomórficas estavam directamente relacionadas com problemas comportamentais:

“... cães que eram lidados pelos seus donos de uma forma antropomorfica, eram “mimados” em certas formas e não detinham treino de obediência mas não demonstravam mais comportamentos problemáticos dos que os cães cujos donos não os tratavam de uma forma antropomórfica...”

Os cães não desenolvem problemas comportamentais porque os seus donos os veêm ou tratam como subsitutos de crianças. Muitos outros factores tais como genética, sociabilização (ou falta de) e traumas contribuem para o desenvolvimento de comportamentos problemáticos em cães.
Enquanto que não é aconselhável ver um cão ou tratá-lo como um humano, também não é aconselhável vê-los ou tratá-los através de uma interpretação defeituosa e errada do comportamento de lobos.
MÉTODOS POSITIVOS NÃO RESULTAM EM CÃES DE “ZONA VERMELHA”
Mais uma vez, muitos dos profissionais que se baseiam em métodos livres de força e coerção física começaram por usar métodos semelhantes àqueles usados no programa de tv, há 30 anos atrás. Com o tempo, estes concluiram que métodos compulsivos apresentavam um risco de aumentar comportamentos problemáticos em muitos cães.

Quando um cão se encontra numa situação dentro da qual o sistema nervoso automático é activado (também chamado de fuga ou luta), o sistema digestivo “desliga” para dirigir toda a energia para os músculos para sobrevivência. Isto é o que é conhecido por “over-treshold” ou ultrapasse do limite.
Portanto, se alguém tentar dar comida a um cão quando esse limite foi ultrapassado, o cão não irá comer. Isto quer dizer que o dono ou o treinador, avançou demasiado depressa num determinado ambiente no qual o cão reage e está incapaz de aprender.

Usar métodos positivos eficazmente de forma a modificar um comportamento, é necessário o conhecimento de como o cão aprende. Se esse conhecimento não existe, o sucesso não existirá. No entanto, quando alguém não é bem sucedido no uso de métodos positivos, não ocorrerá nenhuma modificação no comportamento. Quando alguém não é bem sucedido no uso de métodos punitivos, muitas vezes existe um escalar do problema ou o aparecimento de outros.


CONCLUSÃO
Lá porque alguém não entende um método não quer dizer que este não resulte. Lá porque alguém não segue o treino em casa não quer dizer que este seja um falhanço. Lá porque um método contradiz as longas crenças pessoais acerca de comportamento não quer dizer que este esteja errado. Lá porque alguém teve algum sucesso com um certo método não quer dizer que outros sejam ineficazes.

Houve um tempo em que, também eu acreditei, através de informação que adquiri de amigos e amantes de cães bem-intencionados, que a agressão em cães era resultado duma personalidade dominante e que a única solução era o uso de meios físicos e aversivos. Quinze anos atrás eu próprio seria um fã deste programa de tv.

Para alívio e paz do meu cão Mac um cão cujo programa provavelmente consideraria um cão de “zona vermelha”, eu descobri os muitos benefícios do uso de métodos positivos. Desde esse dia, a coleira de choque e de picos estão no armazém com teias de aranha, enquanto nós gozamos passeios longos sem trela.

Quando falamos em trabalhar com cães, a alternativa ao uso de métodos aversivo não é o uso de métodos permissivos. O abuso de métodos permissivos causam tanto dano como os métodos aversivos.
Treinadores “positivos” e especialistas em comportamento canino glorificam há mais de uma década os benifícios do exercício físico e de regras. A diferença não está no que fazemos nem nos resultados que obtemos, mas sim na forma como os obtemos.

31 comentários:

Anónimo disse...

Estou pasma. Adoramos o programa, procurei dvds na internet, quero comprar o livro para presentear meu
marido.Vou pesquisar a fundo tudo isso que li, pensarei duas vezes em adquiri qualquer produto do programa.Obrigado.
Rosangela/Guarulhos/SP

Anónimo disse...

também tenho cachorro, sei que não é fácil imaginá-lo sendo tratado desta maneira, mas, assim como as crianças, á vezes precisam ser tratados de forma mais dura, desde que seja para corrigi-los.
admiro muito o trabalho do Cesar e, por muitas vezes coloquei suas dicas em prática. Seria um prazer conhecê-lo pessoalmente.
Abraços.
Vanessa/RJ

Texuga disse...

Já li várias controvérsias sobre os métodos do Cesar, mas eu depois de ler o livro dele, de ver as séries praticamente todas do Dog Whisperer e aplicar muitas aos meus cães e a outros de amigos, posso dizer que os métodos dele funcionam. E funcionam para uma boa convivência homem/cão, os métodos do César não são para treinar obediência nem agility nem mondioring nem qualquer outra modalidade de desporto canino, é sim para que haja harmonia em casa, respeito e hierarquias definidas numa família com ambiente saudável.
As questões das submissões e da “Learned helplessness”, para mim são falsos problemas e falsas teorias, passo a explicar: Na Natureza os cães submetem-se aos seu líder, seja naturalmente ou com o auxílio da força/lutas, e é disso que o Cesar se vale. A meu ver é um método natural, é ir às origens do cão, é agir como um cão, é falar a mesma linguagem, não é castigo como os ditos especialistas dizem.
É uma desistência sim, mas não é isso que se quer? Afinal não queremos cães equilibrados, submissos e saudáveis física e mentalmente? É isso que o César defende.
Para mim ele é dos melhores treinadores ou especialistas ou curiosos, como lhe queiram chamar, no que respeita à liderança canina.
Não se pode agradar a Gregos e a Troianos...
Esta é só a minha opinião, vale o que vale. Os meus cães são equilibrados e saudáveis, isso é o que me interessa.

Cumprimentos

Marisa Simão

Anónimo disse...

Não podemos ver as coisas apenas de um ponto de vista nem ao mesmo seguir qualquer método antes de pesquisar outros. Mas tem coisas que ele mostra no programa que são mt uteis, posso dizer que seguindo vários "conselhos" dele mesclando com outros métodos como o da Tamar Geller consegui reabilitar um cão que todos os profissionais onde fui desde adestradores até veterinário a unica solução era a eutanasia. Segui mts métodos dele e meus caes possuem uma relação excelente comigo onde hoje não preciso dar puxoes na guia, não preciso "amarrar" eles para serem escovados bm pelo contrario todas essas coisas são feitas com a maior alegria pela parte deles.

Unknown disse...

O método de Cesar está longe de ser violento e traumatizante. Usar o vídeo acima para mostrar como ele trabalha é injusto. Vários são os fatores que podem levar um animal a reagir assim, é um fato isolado. Nenhum método é perfeito. Treinar cães subornando com petiscos não é ao meu ver mudança real de conduta. Só se muda um mau comportamento com amor, mas amor não é ausência de firmeza ou correção, amor é ausência de violência em todas as suas formas e quem conhece o trabalho do Cesar sabe seguramente que ele é amoroso, calmo, carinhoso e firme.
A coleira não é usada sempre, só no início, ele mesmo só usa em seus cães quando está com um novato reabilitando com o grupo.
Ele já reabilitou muitos cães que outros treinadores indicaram a eutanásia. Isto sim é violencia.
Tenho 5 cães e uso o método Cesar com muito sucesso. Meus cães não me olham buscando petiscos, me olham transmitindo o que sentem. São felizes e equilibrados. Não são robôs movidos a petiscos.
O trabalho dele passou a receber muitas criticas depois que ele fez propaganda do Frontline e arrebatou milhões. Desde então a concorrente passou a custear artigos que tentam queimar o seu trabalho.
Ajudar as familias a educar seus cães tirou muito cliente de escolas de cães.
Um mexicano que entrou ilegal nos EUA e fez na área dele o que ninguém fez e tem um carisma sem igual, é demais pra muito norte-americano... Paciência, fazer o que...
Leila Furtado.
São Paulo.

Claudia Estanislau disse...

Olá Leila,

Em primeiro lugar gostava de felicitá-la pela forma estruturada com que apresentou os seus argumentos. Não surpreendo se disser que não concordo, no entanto, acho que a melhor forma da Leila chegar a uma conclusão será por si mesma. Aconselho apenas que mantenha mente aberta e leia os variados artigos, estudos e análises feitas para perceber porquê as críticas aos métodos usados. Eu sou portuguesa, não uso esses métodos, não concordo com os mesmos, e também ajudo casos de cães agressivos, ou sem educação e nunca uso sequer as mãos nos cães. Aí está a grande diferença. E lembre-se é apenas um programa de televisão!

Obrigada pelo seu ponto de vista :D

Fabio, Andrea e Whippets disse...

Bom material, precisamos ver todos os pontos de vista disponíveis, tenho cães, tenho usado os métodos de César com restrições, tenho obtido ótimos resultados, observo que a índole humana é peculiar, no lugar da correção se pune, seja com ações físicas (ou com publicações tendenciosas ou não), passamos todo o procedimento em uma peneira e realçamos os pontos negativos ignorando ou procurando pormenorizar todo o sucesso, o César tem seus méritos mas é humano como eu e você, paciência,estamos todos nesse processo infinito de aprendizado, defendo o jeito César, muitas vezes o procedimento não é falho, mas sim o homem, um deslize, um lapso, um movimento errado e estamos perdidos pois sempre haverá um que nos aponte e condene, natureza humana. (Assim começou o cristianismo)

Fabio Teixeira

Claudia Estanislau disse...

Olá Fabio, obrigada pela sua observação. Acho que o artigo escrito não passa por uma peneira as coisas negativas, aliás o que se discute são métodos e não a pessoa em si. Ninguém tem nada contra a pessoa Cesar Millan, o que milhões de profissionais tentam educar as pessoas e não é mostrado pelo programa nem explicado por ele mesmo, são as consequências possíveis do uso de métodos usados no programa. Não explica como esses métodos devem ser aplicados, e usa métodos que estão obsoletos e ultrapassados. O sucesso do treinador está num programa de TV manipulado, editado e estruturado de forma a ser um show que cria audiências e faz dinheiro, nada mais. Como disse atrás, mantenha a mente aberta para quem informa o contrário e tente seguir a dica mais importante de Cesar Millan " Não tente os métodos dele em casa!"

Dhiego Abaddha disse...

Olá,entendo sua crítica mas não consigo concordar com você sobre os métodos que são usados por Cesar, pois vejo que o motivo da tensão que o cão passa é por ele ser dominante,e um cão dominante age agressivamente com quem quer tirar sua dominância, e na minha opinião, nunca é bom deixar o cão ser dominate em nosso hambiente familiar, pois quando fizermos algo que ele não goste ele poderá nos corrigir com uma mordida. Nesse caso os donos querem que ele deixe de ser agressivo, tenso e um cão dominante só deixa que isso aconteça quando o seu dono tem uma energia tão calma e firme quanto a dele, isso é o que Cesar esta fazendo, sendo calmo e assertivo. Ele deixa o cão gastar toda a energia, mas só tendo o cuidado pra que ninguém se machuque.
Não vejo nenhuma agressividade e nenhuma maldade nem física e muito menos psicológica da parte de Cesar, pelo contrário só vejo o cão tendo um desafio psicológico enorme, bem mais psicológico que físico, pois ele está fazendo algo que nunca foi acostumado a fazer; que é ser sociável, submisso e relaxado.
Obs: O cão no final de tudo está bem mais relaxado do que no início, só que a gravação acaba exatamente na hora em que ele fica mais relaxado.
Muito obrigado pela atenção!

Dhiego Abaddha disse...

Olá, gostaria de dizer que ele explica como os métodos tem que ser, sempre com o estado de espírito calmo e assertivo. O dono é afonte do comportamento de se cão, falo isso por experiência própria, se o ser humano continua o mesmo interiormente, o cão continuará com os mesmos problemas. O humano precisa assumir seus erros, se não assume, se não reconhece seus erros nós nunca iremos mudar e por consequência o cão também não.

Simone disse...

Pelo que eu conheço do César, pelos seus programas, ele entende muito bem o comportamento canino, não acho em hipotese alguma q ele seja algum curioso. Eu aplico os métodos dele com as minhas cachorras e até com os cachorros de rua. Sim, funciona!Não acredito que os cães fiquem traumatizados, as minhas pelo menos, estão otimas. Não vi nada demais nesse video, a unica coisa q ele fez foi segurar a coleira, até o momento adequado para deitar o cão. O Cesar age feito um cão tbem, se há metodos cientificos melhores, por favor divulguem! Não adianta criticar e ficar com esse ar de "ciencia sabe tudo" e não mostrar metodos mais eficazes (nada contra a ciencia, pois sou biologa e estudo comportamento animal).
Abs

Claudia Estanislau disse...

Olá Simone, obrigada pelo seu comentário. O que não falta neste blog e em milhões de vídeos, blogs e websites são forma alternativas de lidar com as mesmas questões. Parte de cada um estar aberto a outras formas. Cpts

Claudia Estanislau disse...

Dhiego não existe dominância entre cães e pessoas. A dominância como você a descreve é um conceito errado e ultrapassado, quer acredite ou não é mesmo assim. Se quiser saber mais procure no blog existe muitos artigos e/ou estudos para informar acerca do assunto inclusivé um vídeo elaborado pelo dr. David Mech autoridade máxima, do estudo de lobos que desmistifica o próprio conceito de Alfa (criado por ele e erradamente perpretado por pessoas como Cesar Millan). Quantos aos métodos, aconselho ( se assim desejar ) a tentar entender um pouco mais acerca da ciência da aprendizagem animal e verificar que as consequências dos métodos aversivos usados neste programa não são invenções. Cpts

Lucas Mariano disse...

Olá Cláudia
Deixe que me identifique: Eu sou o Lucas Mariano, sou brasileiro, e comecei a acompanhar os passos do Cesar Millan há pouco mais de 1 mês, e concordo em uma coisa com você: tudo o que envolve dinheiro, público, televisão e marketing, com certeza é submetido a manipulação (da mesma forma que críticos se fazem através do sucesso de outros, pra você ter uma ideia, descobri o seu blog porque digitei Cesar Milan no google...enfim). Então, com certeza, o programa é editado afim de mostrar o sucesso do Cesar.
Eu quero entrar no debate que está acontecendo, primeiro porque acho super interessante; segundo porque minha namorada ama cães e isso valerá de informação pra ela; terceiro porque adoro novas informações. Por isso irei estudar os links do seu blog pra me atualizar e aprender; e de qualquer forma, após ler o comentário do Dhiego e a sua resposta para ele me veio uma dúvida...

Lucas Mariano disse...

“...não existe dominância entre cães e pessoas...”. No mundo animal a dominância não estaria ligada ao território? Ou seja, independente do animal que habite ou tente habitar o mesmo território haverá uma disputa pelo mesmo, seja com luta, com marcação de território, com disputa psicológica, guerra nuclear, guerra de propaganda, guerra pelo poder, disputa esportiva...até exagerei colocando o ego humano em questão, mas ao se tratar da natureza devemos esquecer que somos racionais e todo o resto trabalho por instinto. Então minha dúvida é: se você tem um cão e o deixa fazer o que bem entende sem mostrar pra ele quais são os limites (lembrando que não há problema algum ser assertivo em alguns gestos com o cão já que ele seria assertivo contigo através de uma mordida violenta), isso não fará ele se sentir dominante no território? E se o método ensina você a estar em paz consigo mesmo para conseguir transmitir isso ao cão, como isso poderia ser tão ruim como você está defendendo?
É só uma dúvida.
Por enquanto aprecio o que ele faz.

Claudia Estanislau disse...

Olá Lucas e bem-vindo? Não é comum ter alguém com questões, normalmente as pessoas vêem debitar opiniões e não perguntar nada, eu adoro mentes inquisitivas como a sua porque apresentam questões que me fazem também pensar nos assuntos. Mas voltando à questão. Organização social existe em quase todos os animais (quiça todos? Não sou bióloga não tenho a certeza desta afirmação), mas julgo que na grande maioria organização está presente. A organização social varia grandemente de espécie para espécie.

Status de dominância refere-se à posição que um indivíduo animal retém dentro de uma díade, e pode ser tanto dominante como submissa de acordo com a direcção dos resultados estatísticos das interacções de disputa (Drews, 1993). O rank dominante refere-se à posição de um indivíduo numa hierarquia de dominância (Drews, 1993). O Status pode ser determinado medindo os resultados das interacções agonísticas em diádes. O rank pode ser determinado através da medição de todos os resultados de todas as diádes possíveis dentro de um grupo.

Uma hierarquia pode ser linear ou não linear. Uma hierarquia linear é uma na qual existe um líder despótico que domina todos os outros membros, e o seguinte membro abaixo que domina todos os outros membros, excepto o animal com o ranking mais alto, etc. Por outras palavras, o A domina todos os animais, o B domina todos menos o A, C domina todos menos o A e o B.

Uma hierarquia não-linear será aquela que é menos estável e tem excepções em relação às regras de transição acima citadas (O’heare, 2008).

A hierarquia linear também conhecida por “pecking order” foi estabelecida após a observação de um grupo de galinhas, na qual a galinha A manda bicadas em todas as outras, a B manda bicadas em todas menos na A e por assim adiante. Este conceito foi aplicado livremente a lobos e mais tardiamente transitou para os cães.
Curioso que durante os estudos das hierarquias em galinhas observou-se que um mesmo grupo de galinhas quando retirado do galinheiro por x tempo quando colocadas novamente no galinheiro, imediatamente estabeleciam uma pecking order diferente da anterior. Sendo que a galinha que teria sido anteriormente a A, podia ser agora a C ou mesmo a mais baixa no grupo.

Hierarquias não lineares indicam que os indivíduos demonstram flexibilidade nas interacções de acordo com a situação, o recurso e o interesse demonstrado no momento. Sendo assim, em determinada situação um indivíduo pode ser o dominante sob um determinado recurso e noutra situação, esse mesmo indivíduo ser suplantado por outro.

Este tipo de hierarquia não-linear e/ou flexível é a que caracteriza as interacções entre cães e não uma pecking order.

Mas relativamente a não existe dominância entre pessoas e cães. Não existe porque dominância não transita entre espécies diferentes. As vacas não dominam os passaros que pousam nas suas costas, os cavalos não dominam os cães que rondam o picadeiro, os carapaus não dominam os cardumes de percas que encontram nas suas viagens. Os cães sabem que somos cães, eles não nos confundem com cães estranhos com pernas e nós nunca conseguiriamos comunicar da mesma forma com eles porque nem conseguimos, fisicamente estamos incapacitados. Não vemos, ouvimos, tocamos ou cheiramos de forma igual, não comunicamos da mesma forma, nem temos o mesmo relacionamento com o ambiente. Não temos os mesmos desejos ou ambições. Dizer que lá porque os cães vivem connosco eles estabelecem hierarquias sociais connosco não é verdade :D

Espero ter respondido adequadamente, e desculpe a resposta tão longa.

Ivan Pessanha disse...

Olá Cláudia. Meu nome é Ivan e gostaria de aprender um pouco mais sobre essa questão de não existir uma hierarquia social entre cães e humanos. Segundo o que você escreveu, a despeito das experiências com as galinhas, podemos notar qe existe uma "hierarquia variável". No entanto, gostaria de mais informações sobre experiencias de tal tipo com cães. Esse conceito de que não existe hierarquia é muito novo para mim e difícil de aceitar. Mas, estudando quem sabe possa mudar de idéia.

Claudia Estanislau disse...

Ivan, obrigada pelo seu comentário. Vou pedir que vá lendo todos os artigos que tenho neste blog (são muitos eu sei) porque muitas questões serão respondidas neles mesmos. Estudos feitos com hierarquia sociais entre cães tem vários, mas preciso saber exactamente o que procura para poder direccionar correctamente.

Cpts

Claudia

Emmanuelle Moraes disse...

Claudia, parabéns por mais este belo artigo e por disponibilizar informações bem fundamentadas sobre ambas as formas de treino. Uma coisa é ter "experiência" com um método em um ou dois cães, e outra em centenas deles...
Como bem sabe, também iniciei minha carreira no método tradicional com uso de avresivos, e por isso, posso comparar o antes e o depois do "positivo" ser a minha filosofia de treino. Gratidão, Admiração e Luz! Você é "Ponto de Luz"!

Karina disse...

Cláudia, vc falou bastante sobre treinadores positivos, então onde podemos encontrar um? Onde eles estão?
Gostei do artigo e fico pensando: onde podemos aprender sobre métodos positivos?

Obrigada!

Karina Lino

Claudia Estanislau disse...

Olá Karina, se procura um treinador positivo fisicamente terá que me dizer onde está. Se quer aprender sobre métodos positivos, este mesmo blog tem muitos artigos que ensinam como usar e como funcionam os métodos baseados em reforço positivo, o link logo no início deste post envia-a para uma série de videos de pessoas a resolver problemas comportamentais usando técnicas baseadas no reforço positivo. Cpts

Condicionamento Operante disse...

Olá Claudia e demais leitores!
Sou Psicóloga, entusiasta da abordagem comportamental cognitiva, que estuda e aplica o método de condicionamento operante, o qual é utilizado pelo programa "O encantador de cães", mesmo que seja não-intencional. Esse método consiste em utilizar "reforço positivo", "reforço negativo" ou "punição positiva" e "punição negativa". Em primeiro lugar, gostaria de entender melhor o conceito que vocês utilizam para treino "positivo". Pelo que entendi, é controverso, pois em psicologia, nesse caso, o "positivo" não é "não ser agressivo" ou "só dar coisas boas" e sim apresentar qualquer estímulo na ocorrência do comportamento indesejado, seja ele comida ou um toque. E reforçamento ou punição é a intenção da modificação do comportamento, ou seja, reforçamento é quando queremos que um comportamento continue, e punição quando queremos a extinção desse comportamento. Negativo, por sua vez, é quando fazemos a mudança do comportamento "retirando" algo quando o comportamento é apresentado, a comida, o brinquedo... O castigo, quando se faz um comportamento indesejado, pode ser considerado "punição negativa" (pois queremos que um comportamento diminua, retirando algo), e a "surra", "punição positiva" (pois queremos que um comportamento diminua, apresentando algo). Isso é condicionamento operante (claro que um pouco mais complexo que isso).
Não quero dizer com isso que concordo com tudo o que César diz. É claro que ele coloca vários elementos para "vender" o progama! Como por exemplo a história da "energia". Mas enfim...
O que quero dizer é que a modelagem comportamental feita através do método de condicionamento operante funciona mesmo! E não tem como modificar um comportamento somente com condicionamento positivo ou negativo (digo em relação ao modelo de condicionamento operante), seja em seres humanos ou em cães.
E gostaria de saber se vocês, que atuam com comportamento canino, conhecem essa técnica e o que acham!
PS: Gosto do programa, mas sempre busco informações à parte, para formar minha própria opinião...
Obrigada! E abraços!
Sheila Cardoso.
Santa Catarina - Brasil.

Claudia Estanislau disse...

Olá Sheila, obrigada pelo comentário e bem-vinda.

Certamente que o treino através de condicionamento operante funciona, é precisamente nisso que nos baseamos quer nas técnicas que usamos, que na crítica que fazemos aos métodos usados no programa encantador de cães.

Certamente que no program é usado condicionamento operante, e clássico também (exemplo associação clássica do som tchh ao ser tocado com dedos) embora concorde consigo, é sem conhecimento de causa. Cesar Millan não opera conscientemente nenhum dos quadrantes do condicionamento operante, sendo que aqueles que ele usa mais são reforço negativo e castigo positivo.

O chamado treino positivo é assim chamado por se basear nos quadrantes de reforço positivo e castigo negativo, são chamados de positivos, porque operam aumentando ou diminuindo o comportamento sem usarem evitamente ou fuga nem correrem os riscos associados ao uso de reforço negativo ou castigo positivo.

Cesar Millan não usa reforço positivo nas suas interacções com os cães, não ensina comportamentos alternativos, o que ele faz resume-se ao reforço negativo constante aliado ao castigo positivo induzingo estados e flooding e desamparo aprendido.

Se tiver mais dúvidas por favor não hesite terei todo o gosto em esclarecê-las.

pvp disse...

É uma questão de gosto - e de ter ou não consciência de que se está a usar crueldade com os animais em nome do espectáculo. Exemplo: tourada - quem gosta, elogia o aspecto estético e colorido do ritual (inegável - até o sangue fresco tem uma cor deslumbrante...). Quem acha que o pobre do bicho está a ser torturado desnecessariamente, não vê arte, nem estética, nem nada a não ser crueldade. O Sr. Milan é, nitidamente, um 'toreador' (até é de origem mexicana...), joga com o espectáculo, mesmo que tenha de dar uns pontapés de vez em quando... Claro, que NADA do que possa ser menos abonatório do método passa nos programas (a National Geographic não é nenhuma empresa de solidariedade animal...). Eu, acho que prefiro as bases bem assentes das teorias pavlovianas... E mantenho-me bem atento às manobras manipulatórias dos programas de "informação" tipo "Dog whisperer", e outros 'milagres' do género... "Subornar com comida"?? Really???? :-)

Pedro Ferro disse...

Li com atenção o seu post e a maioria dos comentários.

Gostaria apenas de comentar uma afirmação sua, que no meio de tanta informação interessante me parece excessiva:

"Eu nunca vi um comportamento ser realmente modificado em nenhum dos programas."

Parece-me que todos os métodos poderão ser alvos de críticas, uns mais do que outros, obviamente, mas no meio de um discurso tão sensato e informado como o seu pareceu-me que esta frase foi mais emocional do que racional. Certamente que já viu comportamentos modificados no programa!

Já tive alguns cães, a maior parte em miúdo, e apesar da proximidade que sempre mantive com estes "bichos", só passados uns cerca de 20 anos voltei a ter um. Fiquei com ele porque sabia que se não o fizesse o cão estaria a vida toda presa a uma corrente. Tive-o com cerca de 6 meses e apresentava muita hiperactividade e alguma instabilidade.

Comecei então a ler alguns livros, entre os quais o do Cesar e outros relacionados com o treino positivo. Acho que é preciso lançar sempre um olhar muito crítico ao que lê-mos e com a nossa intuição e experiência tirar conclusões. Cedo me apercebi que manobras como a "Alpha rollover" não tinham grande cabimento, mas outras, facilmente criticáveis, como a de manter uma determinada postura (energia, como ele costuma referir nos programas) resultam de forma determinante.

Passados cerca de 7 meses o meu cão é bastante calmo, ao passear com trela não puxa, e sem trela (que é como o passeio quase sempre) basta chamá-lo e dizer que o quero ao meu lado para ele me acompanhar dessa forma, posso deixá-lo à porta de uma loja enquanto faço compras que ele fica e também sabe muitos truques (que adora aprender). Só ainda fica demasiado excitado quando há alguém a querer-lhe dar festas...

Inspirei-me imenso no programa do Cesar para ensinar o meu cão, mas como digo foi uma inspiração modificada na prática pela minha sensibilidade e intuição. Também usei o clicker, mas sinceramente não gostei muito de o fazer e deixei-o de parte.

A melhor dica que encontrei foi num livro chamado "Rottweiler" (o pai do meu cão era desta raça) da Joan Blackmore - Usarmos a imaginação e sermos inventivos, o bom-senso é muito importante!

Pela observação e compreensão de um comportamento podemos criar inúmeras soluções para o alterarmos e compreendendo o seu ponto de vista (e género de treino) ainda assim revejo muitos pontos positivos nos métodos do Cesar.

Claudia Estanislau disse...

Olá Pedro,

Obrigada pelo seu comentário. Em relação ao que disse:

"Eu nunca vi um comportamento ser realmente modificado em nenhum dos programas."

eu mantenho esta afirmação. Existe uma diferença cabal entre modificar comportamentos alterando o estado emocional do animal face ao estímulo e suprimir comportamentos que NÓS humanos consideramos errados.

Só queria esclarecer que essa frase não é emotiva, é baseada na ciência que nos explica claramente que quando um cão deixa de rosnar ou ladrar a outro depois de continuamente ser estrangulado quando o faz, este suprime esse comportamento para evitar a punição. O que difere bastante de você usar técnicas que ensinem o cão a "gostar" de outros cães, que claro irá por sua vez mudar o comportamento que o cão oferece quando os vê.

Aconselho vivamente que leia o livro Choque de Culturas de Jean Donaldson, assim como quaisquer livros da Sophia Yin, Patricia Macconnell para ter outras perspectivas. Se quer aprender sobre treino com clicker pode sempre ver videos no youtube (eu mesma tenho mais de 100 meus e mais de 300 favoritos, em que mostram tudo o que se consegue com métodos positivos desde alteração de comportamentos como ensino de comportamentos novos):

Obrigada pela sua curiosidade e abertura de mente, espero que dedique mais algum do seu tempo a ler outros artigos no blog :D

Um abraço

Giuli Nogueira disse...

Olá, meu nome é Giulianne e sou do Paraná - Brasil e não conocrdo com seu ponto de vista, pois apliquei alguns métodos do Cesar nos meus cães e fui bem sucedida. Quando você diz que não é inveja dos outros profissionais porque também são bem sucedidos, eu também discordo, pois eles não tem o prestígio que o Cesar tem com relação ao "mundo" todo o único prestígio que eles tem é na "terra" deles. Nem sempre a inveja está relacionada ao sucesso ou ao dinheiro, mas sim pelo simples fato de querer estar no lugar da outra pessoa. Pense em quantos profissionais gostariam de estar no lugar dele, fazendo o sucesso que ele faz e sendo reconhecido em qualquer país que vá, acho que isso seria motivo suficiente para se ter inveja dele. Adoro assistir os programas e aprendo muito, até mesmo para lidar com outras pessoas no meio pessoal e profissional. Afinal nunca é demais ser calmo e assertivo. Obrigada pela atenção e pela oportunidade de expressar minha opinião.

Giulianne Nogueira
Curitiba-Paraná-Brasil

Unknown disse...

Deixei de assistir o programa "Encantador de cães" com Cesar Millan, pois observei que os métodos aplicados por esse Sr. deixa os animais com medo. Ele usa técnica de intimidação de coação para atingir os seus objetivos, ou seja, o "show bizz". Observe como se comportar os animais sempre estado de alerta, como se de repente fosse receber uma bronca ou uma agressão e outro ponto a ser observado no animal é a sua calda sempre entre as pernas. Para mim esse cara não passa de um charlatão, que vive da desgraça dos animais.

Unknown disse...

Olá, Claudia gostaria de saber se você indicaria ou se tem conhecimento de um bom adestrador aqui no Brasil, no Rio de Janeiro. Tenho um problema seríssimo com meu cãozinho, ele e da raça Fox Paulistinha, Terrier Brasileiro, e totalmente agressivo com outros cães, eu já tentei muitas coisas para resolver esse problema, mas com o tempo esse fato foi piorando, muito. Já passamos por alguns "profissionais" mas quero alguém que não imponha castigos físicos, pois acho que a tendência e se tornar mais agressivo. Sei que ele pode mudar, só não sei ainda como. Gostaria muito de poder ajuda-lo a mudar o seu comportamento, você poderia me ajudar ?

Claudia Estanislau disse...

Olá Glorinha78 por favor entre em contacto com a Laura Chaffin da escola Deita e Rola o link para a escola dela é: https://www.facebook.com/deitaerolaeducacaocanina?fref=ts

Ruffus disse...

Boas! Cláudia, deixo meu email, estarei na carrapateira algum tempo e presciso de orientação qualificada devido o atual comportamento de uma amstaff d 15 meses. Agradecido, ru_fi_no_@hotmail.com