Dado que existem estas alternativas mais amigáveis e com melhores resultados, o papel das coleiras de engasgo e de choque é, no mínimo, questionável. Na realidade, o seu uso é desnecessário e, muitas vezes, pouco eficaz. E pode ser considerado, de muitos modos, como cruel.
Ensinar o seu cão a comportar-se fará com que ele se torne mais agradável de ter por perto, mas também ajudará a protegê-lo num mundo dominado por perigos produzidos pelo homem, tais como estradas movimentadas. Mas esta ideia simples deu lugar à ficção de termos de controlar os nossos cães, qualquer que seja o meio utilizado.
As coleiras de engasgo e de choque são um exemplo desta crença, e são um modo popular de controlar os cães.
Ensinar o seu cão a comportar-se fará com que ele se torne mais agradável de ter por perto, mas também ajudará a protegê-lo num mundo dominado por perigos produzidos pelo homem, tais como estradas movimentadas. Mas esta ideia simples deu lugar à ficção de termos de controlar os nossos cães, qualquer que seja o meio utilizado.
As coleiras de engasgo e de choque são um exemplo desta crença, e são um modo popular de controlar os cães.
As coleiras de engasgo e de choque estão indicadas para impedir os cães de puxar a trela ou de ladrar através do uso de dor. Os cães deixam de puxar a trela ou de ladrar por uma única razão - porque dói!
No entanto, em alguns casos, os cães não respondem a estas coleiras – mas apenas porque elas não os magoam o suficiente! Como resultado, o dono ou o tratador podem aumentar a severidade puxão ou mudar para a ainda mais dolorosa coleira de espigões (uma coleira com picos). Alguns cães poderão tornar-se tão insensíveis à dor que apenas responderão a uma perigosamente alta intensidade de dor.
Um cão que tenha sido ensinado a não puxar com uma coleira de engasgo tem de continuar a usá-la – normalmente durante meses ou anos, e às vezes durante toda a vida, uma vez que puxar a trela é facilmente reaprendido logo que a coleira lhe é tirada. E, se o tratador for inconsistente, o cão provavelmente aprenderá que é perigoso puxar quando tem a coleira, mas é seguro fazê-lo quando não a tem, e consequentemente ajustará o seu comportamento a esse facto. Uma vez que os cães aprendem em contextos muito específicos, esta mudança de comportamento faz todo o sentido.
Infelizmente em vez de compreendermos que é assim que o cão aprende, muitos tratadores erradamente presumem que o cão sabe o que faz e está somente a ser “mau”. O resultado é muitas vezes, o uso de correcções ainda mais dolorosas através da coleira.
Estas técnicas não são somente desnecessárias, como também quando combinadas com a altura errada do seu emprego (o que é frequentemente o caso) se tornam ineficazes – e podem ser realmente cruéis. O cão experimenta assim, não só o castigo mental e físico mas também não sabe como evitá-lo.
Quer se trate de coleiras de engasgo, coleiras de choque ou pior, o castigo físico dos cães disfarçado com o nome de “treino do cão para o seu próprio bem” é não só desapropriado como desnecessário. Um treinador que acredite que o momentâneo estrangulamento do cão para ensiná-lo a não puxar na trela, é necessário, dificilmente será um amigo dos cães – e certamente não merece os seus honorários.
Felizmente para os cães, a discussão acerca das coleiras de engasgo, de espigões ou de choque está, cada vez mais, a tornar-se uma discussão académica, uma vez que firmemente estão a ganhar cada vez mais popularidade os processos de treino alternativos e os processos de lidar com os cães, mesmo os de maior porte. Os halters para os cães – baseados nos mesmos princípios que os halters para os cavalos e póneis – atingem resultados mecânicos extraordinários, i.e. através da mudança dos pontos de leverage e não do uso de dor. Há ainda processos de ensinar o cão a não puxar a trela ou a não ladrar através do uso de recompensas.
Na verdade durante os anos 90 verificou-se uma explosão no interesse e no desenvolvimento de técnicas de modificação comportamental tendo como base o reforço positivo e não o castigo físico, como a sua principal motivação. Estas técnicas estão já bem alargadas, bem compreendidas, são fáceis de utilizar, amigas dos cães e podem ser utilizadas virtualmente para todas as tarefas de treino e problemas de comportamento.
A SPCA de S. Francisco usa estes métodos no treino de todos os seus cães de acolhimento , nas nossas aulas de treino de cães para o público em geral e na nossa Academia para Treinadores de Cães. E os resultados têm sido espectaculares - os cães mostram progressos muito mais rapidamente e muitos estão já bastante bem treinados quando são adoptados. Talvez o mais importante de tudo seja o facto de, em S. Francisco, a taxa de eutanásia de cães, devido a problemas comportamentais graves, ter descido cerca de 12% em toda a cidade, durante o ano passado.
A SPCA de S. Francisco acredita que:
Os cães têm o direito de ser treinados e ajudados a ajustar-se à nossa sociedade com os métodos disponíveis não aversivos. E que os cães têm o direito a estar livres de castigos físicos e mentais.
No entanto, em alguns casos, os cães não respondem a estas coleiras – mas apenas porque elas não os magoam o suficiente! Como resultado, o dono ou o tratador podem aumentar a severidade puxão ou mudar para a ainda mais dolorosa coleira de espigões (uma coleira com picos). Alguns cães poderão tornar-se tão insensíveis à dor que apenas responderão a uma perigosamente alta intensidade de dor.
Um cão que tenha sido ensinado a não puxar com uma coleira de engasgo tem de continuar a usá-la – normalmente durante meses ou anos, e às vezes durante toda a vida, uma vez que puxar a trela é facilmente reaprendido logo que a coleira lhe é tirada. E, se o tratador for inconsistente, o cão provavelmente aprenderá que é perigoso puxar quando tem a coleira, mas é seguro fazê-lo quando não a tem, e consequentemente ajustará o seu comportamento a esse facto. Uma vez que os cães aprendem em contextos muito específicos, esta mudança de comportamento faz todo o sentido.
Infelizmente em vez de compreendermos que é assim que o cão aprende, muitos tratadores erradamente presumem que o cão sabe o que faz e está somente a ser “mau”. O resultado é muitas vezes, o uso de correcções ainda mais dolorosas através da coleira.
Estas técnicas não são somente desnecessárias, como também quando combinadas com a altura errada do seu emprego (o que é frequentemente o caso) se tornam ineficazes – e podem ser realmente cruéis. O cão experimenta assim, não só o castigo mental e físico mas também não sabe como evitá-lo.
Quer se trate de coleiras de engasgo, coleiras de choque ou pior, o castigo físico dos cães disfarçado com o nome de “treino do cão para o seu próprio bem” é não só desapropriado como desnecessário. Um treinador que acredite que o momentâneo estrangulamento do cão para ensiná-lo a não puxar na trela, é necessário, dificilmente será um amigo dos cães – e certamente não merece os seus honorários.
Felizmente para os cães, a discussão acerca das coleiras de engasgo, de espigões ou de choque está, cada vez mais, a tornar-se uma discussão académica, uma vez que firmemente estão a ganhar cada vez mais popularidade os processos de treino alternativos e os processos de lidar com os cães, mesmo os de maior porte. Os halters para os cães – baseados nos mesmos princípios que os halters para os cavalos e póneis – atingem resultados mecânicos extraordinários, i.e. através da mudança dos pontos de leverage e não do uso de dor. Há ainda processos de ensinar o cão a não puxar a trela ou a não ladrar através do uso de recompensas.
Na verdade durante os anos 90 verificou-se uma explosão no interesse e no desenvolvimento de técnicas de modificação comportamental tendo como base o reforço positivo e não o castigo físico, como a sua principal motivação. Estas técnicas estão já bem alargadas, bem compreendidas, são fáceis de utilizar, amigas dos cães e podem ser utilizadas virtualmente para todas as tarefas de treino e problemas de comportamento.
A SPCA de S. Francisco usa estes métodos no treino de todos os seus cães de acolhimento , nas nossas aulas de treino de cães para o público em geral e na nossa Academia para Treinadores de Cães. E os resultados têm sido espectaculares - os cães mostram progressos muito mais rapidamente e muitos estão já bastante bem treinados quando são adoptados. Talvez o mais importante de tudo seja o facto de, em S. Francisco, a taxa de eutanásia de cães, devido a problemas comportamentais graves, ter descido cerca de 12% em toda a cidade, durante o ano passado.
A SPCA de S. Francisco acredita que:
Os cães têm o direito de ser treinados e ajudados a ajustar-se à nossa sociedade com os métodos disponíveis não aversivos. E que os cães têm o direito a estar livres de castigos físicos e mentais.
1 comentário:
Muito bom! Compartilhei!
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