Alguns treinadores (os tradicionais, que usam os mesmos métodos usados há 50 anos atrás, sem mudar nem uma vírgula) insistem em “inventar” as desculpas mais estranhas para justificar o porquê é que o treino positivo “não presta”. Ao invés de se fazerem valer das explicações de como as técnicas que usam são eficazes e boas, insistem em fazer desacreditar o método positivo.
Hoje decidi analisar algumas das falácias que ouço, num discurso livre.
“Usar uma estranguladora não dói, nem faz mal ao cão” – Quando alguém diz isto eu penso se para essa pessoa a frase “uma picada de agulha não pica” terá o mesmo sentido. A coleira chama-se ESTRANGULADORA ou ENFORCADORA. Não é preciso ser um génio para perceber qual é a sua função! Talvez o conceito de dor varie de pessoa para pessoa, mas todos podemos concordar que cortar o acesso do ar aos pulmões se não fôr considerado doloroso, deve ser no mínimo extremamente incomodativo. Mas e se a pessoa está só a dar um puxãozinho? Será que dói assim “tanto”? (Notem a palavra tanto, porque para algumas pessoas pode doer um bocadinhod desde que não seja muito não se importam de causar dor ao cão).
Alguns” experts” caninos até dizem às pessoas para colocar um coleira de picos ou bicos (outro nome extremamente atraente) na própria perna ou braço e dar um puxão, para que a pessoa possa comprovar como não dói. Fantástico, então temos uma coleira cujo nome é COLEIRA DE BICOS que estranhamente tem uns bicos de metal virados para dentro do pescoço do cão, mas que é totalmente inofensiva. Porque é que não a chamam de coleirinha de biquinhos moles e fofos? Se a coleira realmente não dói, nem faz mal, nem causa transtorno, nem incómodo, nem nada, qual a sua função? Porque é que os treinadores tradicionais estãotão dependentes da mesma para ensinar o que quer que seja ao cão?. E se é tão inofensiva porque é que não usam uma normal?. Claro como a ciência da aprendizagem explica, o que estas coleiras fazem é usar os quadrantes de castigo positivo e reforço negativo, ou sejam tudo o que dói, causa incómodo, transtorno físico ou mental ao cão, stress, frustração, agressão, etc.. etc..
“Mas funciona e temos que treinar os cães a obedecerem!” – Este argumento é um forte e que apela ao sentimento mais nobre que qualquer pessoa pode ter pelo seu cão. O de querer o melhor para o mesmo. Então estes treinadores avisam com os seus ares sérios e autoritários como estes métodos têm que ser usados se queremos “salvar” o cão, evitar que ele atravesse a rua de rompante e seja atropelado, um pouco como dar um remédio azedo a um filho para evitar que este fique doente!
E funciona sim senhor, disso não tenho dúvidas, porque eu própria os usei em variados cães (mais dos que gostaria de admitir) e eles eram todos muito bem “ensinados”. Então porquê usar outros métodos se estes resultam? Porque como disse um treinador colega, existe uma diferença cabal entre querer fazer e TER que fazer!
Se sempre que eu fôr com o Nuno ao supermercado e pegar num pacote de bolachas ele me der um choque eléctrico, eu provavelmente nunca mais pegarei nas bolachas. E só foi preciso um choquezito de nada. Provavelmente nem senti! Posso também ganhar uma aversão horrível a todas as bolachas, ou ao corredor das bolachas, ou ao supermercado, ou aos supermercados em geral e quem sabe até aversão a ir às compras. No outro extremo poderei deixar mesmo de comer, dependendo do quão sensível eu sou a esse tipo de castigos. Se eu fôr muito sensível à dor, posso mesmo entrar em depressão. Radical? Talvez, mas hey, pelo menos ele “resolveu” o problema das bolachas. Os outros problemas criados por esse método já nada têm haver com o resto.
Por outro lado, se cada vez que eu fosse pegar num pacote de bolachas o Nuno sugerisse fazer-me um batido de sumos (adoro batidos de sumos) na vez de eu comer as bolachas, eu poderia sentir-me tentada a desistir das bolachas pelo batido. O resultado era o mesmo (o problema das bolachas), com a tal diferença abismal. Eu desisto das bolachas porque escolho fazê-lo, porque resulta em algo que eu prefiro, algo positivo, ao invés de desistir das bolachas porque quero evitar um choque eléctrico. Para além disso não fico com fobias a supermercados e continuo a comer saudavelmente.
Estas comparações antropomórficas servem para mostrar de uma forma clara a simplicidade do que falamos quando discutimos o porquê de se usarem métodos aversivos quando temos outras alternativas à mão. A questão não está tanto no resultado, mas na forma como o obtemos.
“É como eles aprendem na natureza, com castigos” –Claro muita gente se deixa convencer por este argumento caricato. O que uma estranguladora, coleira de picos ou coleira de choques têm de natural não faço ideia. e provavelmente nem o cão.. E os cães castigam-se uns aos outros assim? Não. Nunca ninguém testemunhou um cão estrangular outro. Nunca nenhum cão morreu asfixiado por outro, mas muitos já morreram asfixiados na ponta de uma estranguladora. Aliás são raros os cães que matam outros cães, e ainda mais raros os cães que ferem com gravidade outros. A questão mais importante de todas, nenhum cão fere outro porque ele não se senta, ou deita, ou porque não anda colado á sua pata esquerda.
Os cães que lutam e se magoam com gravidade, podem fazê-lo por vários motivos, que vão desde problemas comportamentais derivados da falta de socialização que os donos não deram, ou por exemplo pelo acesso a recursos considerados escassos ou valiosos pelos cães, recursos esses que nós humanos NUNCA disputamos com os cães - a não ser que alguém queira comer comida de cão ou dormir no chão da cozinha ou ladrar para os vizinhos.
Quem controla os recursos mais importantes na vida dos cães somos nós e nem precisamos fazer nada por isso, basta sermos a espécie animal suprema e aquela que oferece, comida, alojamento, carinho, brincaderia, contacto social, cuidados médicos, etc,aos cães.
Mas os cães castigam-se uns aos outros? Não da forma que nós os castigamos. Quem tem cães certamente já os viu brigar, zangarem-se uns com os outros, mas estas interacções fazem parte da comunicação entre a sua propria espécie e pelos motivos citados acima. Tal como nós, julgo existirem muito poucas pessoas no mundo que nunca discutiram com alguém, levantaram a voz, bateram com portas ou até pior. E fazemo-lo com muito mais frequência com os nossos familiares, pais, mães, irmãos, amigos, companheiros, etc do que com estranhos.
Voltando à antropomorfização, posso dizer claramente que o treinador que declara natural e óbvio que um cão castiga outro ou usa castigos na vida real é um que está ele mesmo a rever-se no cão, porque ao contrário dos cães, o ser humano é dotado de uma moralidade, que o permite ser vingativo, rancoroso, racista ou perfeccionista por exemplo. O treinador que castiga com uma coleira de bicos o cão que não faz o Heel perfeito ou o cobro sem erros, está a castigar o cão, porque é egoísta e quer que o cão lhe ganhe a ele (treinador) um título porque para o cão garanto que eles passam bem sem as medalhas! Os cães não detêm este tipo de sentimentos, como tal nunca “castigam” com estes intuitos. Portanto o mais natural será usarmos as nossa inteligência e o vasto conhecimento que nos chega hoje em dia na forma da ciência da aprendizagem para ensinarmos os nossos cães a viverem connosco em harmonia.
“Os cães ficam dependentes do clicker e da comida” – Este argumento é típico de quem não percebe nada deste método de treino. Contra este pobre argumento dou uma pequena lista:
• Susan Garrett – com um total de 16 títulos nacionais e internacionais em Agility e Flyball
• Steve White- policia por 31 anos e treinador oficial para a força policial de Washington e dá seminários a polícias por todo o mundo.
• Sheila Booth – Atingiu títulos como High Trial em Schutzhund III, High Trial Honors em obediência, 100 pontos em tracking com o seu Tervuren.
Estas três pessoas, treinaram os seus cães com métodos positivos. Fizeram provas e venceram medalhas. Não que elas tenham significado, senão pelo facto de que eles conseguiram que os seus cães fizessem tudo sem comida ou clicker, ou nada à vista, tal como todos os outros. Certamente o erro não está no método, mas naqueles que não o sabem usar.
Falando fora do mundo das medalhas, no mundo bem mais real dos milhões de donos de cães que apenas querem um cão que coabite com eles em harmonia, a dita dependência no caso do treino aversivo é bem maior, porque o dono que cai no erro de começar a treinar o seu cão com castigos e dependendo de utensílios como uma estranguladora, nunca mais a poderá tirar do pescoço do seu cão, sob a pena deste começar de novo a oferecer o comportamento errado, porque é muito mais difícil colocar uma coleira metálica em reforço intermitente do que um pedaço de comida que podemos esconder no bolso. No pior dos cenários se o treinador não souber adequadamente treinar os cães, acabará com um cão dependente de algo, seja de uma enforcadora ou de um pedaço de comida, é apenas uma escolha.
“O treino de clicker só é bom para truques” – Cá está algo que muita gente esquece, para o cão um chamamento (vir ao dono quando é chamado), é tanto um truque como dar a pata. A importância do que ensinamos aos nossos cães está tão pura e simplesmente na que lhe damos. Eu considero, por exemplo, o chamamento, um dos comportamentos mais importantes a ser ensinado a um cão. Se o cão vai a correr directo a um carro, um chamamento pode salvar-lhe a vida. Mas eu ensino os meus cães este comportamento exactamente da mesma forma que ensino o rebola ou o anda em pé, porque da perspectiva do cão é tudo a mesma coisa. Os cães “na natureza” não vão a correr ter uns com os outros, nem nenhum cão faz chamadas aos outros.
Hoje decidi analisar algumas das falácias que ouço, num discurso livre.
“Usar uma estranguladora não dói, nem faz mal ao cão” – Quando alguém diz isto eu penso se para essa pessoa a frase “uma picada de agulha não pica” terá o mesmo sentido. A coleira chama-se ESTRANGULADORA ou ENFORCADORA. Não é preciso ser um génio para perceber qual é a sua função! Talvez o conceito de dor varie de pessoa para pessoa, mas todos podemos concordar que cortar o acesso do ar aos pulmões se não fôr considerado doloroso, deve ser no mínimo extremamente incomodativo. Mas e se a pessoa está só a dar um puxãozinho? Será que dói assim “tanto”? (Notem a palavra tanto, porque para algumas pessoas pode doer um bocadinhod desde que não seja muito não se importam de causar dor ao cão).
Alguns” experts” caninos até dizem às pessoas para colocar um coleira de picos ou bicos (outro nome extremamente atraente) na própria perna ou braço e dar um puxão, para que a pessoa possa comprovar como não dói. Fantástico, então temos uma coleira cujo nome é COLEIRA DE BICOS que estranhamente tem uns bicos de metal virados para dentro do pescoço do cão, mas que é totalmente inofensiva. Porque é que não a chamam de coleirinha de biquinhos moles e fofos? Se a coleira realmente não dói, nem faz mal, nem causa transtorno, nem incómodo, nem nada, qual a sua função? Porque é que os treinadores tradicionais estãotão dependentes da mesma para ensinar o que quer que seja ao cão?. E se é tão inofensiva porque é que não usam uma normal?. Claro como a ciência da aprendizagem explica, o que estas coleiras fazem é usar os quadrantes de castigo positivo e reforço negativo, ou sejam tudo o que dói, causa incómodo, transtorno físico ou mental ao cão, stress, frustração, agressão, etc.. etc..
“Mas funciona e temos que treinar os cães a obedecerem!” – Este argumento é um forte e que apela ao sentimento mais nobre que qualquer pessoa pode ter pelo seu cão. O de querer o melhor para o mesmo. Então estes treinadores avisam com os seus ares sérios e autoritários como estes métodos têm que ser usados se queremos “salvar” o cão, evitar que ele atravesse a rua de rompante e seja atropelado, um pouco como dar um remédio azedo a um filho para evitar que este fique doente!
E funciona sim senhor, disso não tenho dúvidas, porque eu própria os usei em variados cães (mais dos que gostaria de admitir) e eles eram todos muito bem “ensinados”. Então porquê usar outros métodos se estes resultam? Porque como disse um treinador colega, existe uma diferença cabal entre querer fazer e TER que fazer!
Se sempre que eu fôr com o Nuno ao supermercado e pegar num pacote de bolachas ele me der um choque eléctrico, eu provavelmente nunca mais pegarei nas bolachas. E só foi preciso um choquezito de nada. Provavelmente nem senti! Posso também ganhar uma aversão horrível a todas as bolachas, ou ao corredor das bolachas, ou ao supermercado, ou aos supermercados em geral e quem sabe até aversão a ir às compras. No outro extremo poderei deixar mesmo de comer, dependendo do quão sensível eu sou a esse tipo de castigos. Se eu fôr muito sensível à dor, posso mesmo entrar em depressão. Radical? Talvez, mas hey, pelo menos ele “resolveu” o problema das bolachas. Os outros problemas criados por esse método já nada têm haver com o resto.
Por outro lado, se cada vez que eu fosse pegar num pacote de bolachas o Nuno sugerisse fazer-me um batido de sumos (adoro batidos de sumos) na vez de eu comer as bolachas, eu poderia sentir-me tentada a desistir das bolachas pelo batido. O resultado era o mesmo (o problema das bolachas), com a tal diferença abismal. Eu desisto das bolachas porque escolho fazê-lo, porque resulta em algo que eu prefiro, algo positivo, ao invés de desistir das bolachas porque quero evitar um choque eléctrico. Para além disso não fico com fobias a supermercados e continuo a comer saudavelmente.
Estas comparações antropomórficas servem para mostrar de uma forma clara a simplicidade do que falamos quando discutimos o porquê de se usarem métodos aversivos quando temos outras alternativas à mão. A questão não está tanto no resultado, mas na forma como o obtemos.
“É como eles aprendem na natureza, com castigos” –Claro muita gente se deixa convencer por este argumento caricato. O que uma estranguladora, coleira de picos ou coleira de choques têm de natural não faço ideia. e provavelmente nem o cão.. E os cães castigam-se uns aos outros assim? Não. Nunca ninguém testemunhou um cão estrangular outro. Nunca nenhum cão morreu asfixiado por outro, mas muitos já morreram asfixiados na ponta de uma estranguladora. Aliás são raros os cães que matam outros cães, e ainda mais raros os cães que ferem com gravidade outros. A questão mais importante de todas, nenhum cão fere outro porque ele não se senta, ou deita, ou porque não anda colado á sua pata esquerda.
Os cães que lutam e se magoam com gravidade, podem fazê-lo por vários motivos, que vão desde problemas comportamentais derivados da falta de socialização que os donos não deram, ou por exemplo pelo acesso a recursos considerados escassos ou valiosos pelos cães, recursos esses que nós humanos NUNCA disputamos com os cães - a não ser que alguém queira comer comida de cão ou dormir no chão da cozinha ou ladrar para os vizinhos.
Quem controla os recursos mais importantes na vida dos cães somos nós e nem precisamos fazer nada por isso, basta sermos a espécie animal suprema e aquela que oferece, comida, alojamento, carinho, brincaderia, contacto social, cuidados médicos, etc,aos cães.
Mas os cães castigam-se uns aos outros? Não da forma que nós os castigamos. Quem tem cães certamente já os viu brigar, zangarem-se uns com os outros, mas estas interacções fazem parte da comunicação entre a sua propria espécie e pelos motivos citados acima. Tal como nós, julgo existirem muito poucas pessoas no mundo que nunca discutiram com alguém, levantaram a voz, bateram com portas ou até pior. E fazemo-lo com muito mais frequência com os nossos familiares, pais, mães, irmãos, amigos, companheiros, etc do que com estranhos.
Voltando à antropomorfização, posso dizer claramente que o treinador que declara natural e óbvio que um cão castiga outro ou usa castigos na vida real é um que está ele mesmo a rever-se no cão, porque ao contrário dos cães, o ser humano é dotado de uma moralidade, que o permite ser vingativo, rancoroso, racista ou perfeccionista por exemplo. O treinador que castiga com uma coleira de bicos o cão que não faz o Heel perfeito ou o cobro sem erros, está a castigar o cão, porque é egoísta e quer que o cão lhe ganhe a ele (treinador) um título porque para o cão garanto que eles passam bem sem as medalhas! Os cães não detêm este tipo de sentimentos, como tal nunca “castigam” com estes intuitos. Portanto o mais natural será usarmos as nossa inteligência e o vasto conhecimento que nos chega hoje em dia na forma da ciência da aprendizagem para ensinarmos os nossos cães a viverem connosco em harmonia.
“Os cães ficam dependentes do clicker e da comida” – Este argumento é típico de quem não percebe nada deste método de treino. Contra este pobre argumento dou uma pequena lista:
• Susan Garrett – com um total de 16 títulos nacionais e internacionais em Agility e Flyball
• Steve White- policia por 31 anos e treinador oficial para a força policial de Washington e dá seminários a polícias por todo o mundo.
• Sheila Booth – Atingiu títulos como High Trial em Schutzhund III, High Trial Honors em obediência, 100 pontos em tracking com o seu Tervuren.
Estas três pessoas, treinaram os seus cães com métodos positivos. Fizeram provas e venceram medalhas. Não que elas tenham significado, senão pelo facto de que eles conseguiram que os seus cães fizessem tudo sem comida ou clicker, ou nada à vista, tal como todos os outros. Certamente o erro não está no método, mas naqueles que não o sabem usar.
Falando fora do mundo das medalhas, no mundo bem mais real dos milhões de donos de cães que apenas querem um cão que coabite com eles em harmonia, a dita dependência no caso do treino aversivo é bem maior, porque o dono que cai no erro de começar a treinar o seu cão com castigos e dependendo de utensílios como uma estranguladora, nunca mais a poderá tirar do pescoço do seu cão, sob a pena deste começar de novo a oferecer o comportamento errado, porque é muito mais difícil colocar uma coleira metálica em reforço intermitente do que um pedaço de comida que podemos esconder no bolso. No pior dos cenários se o treinador não souber adequadamente treinar os cães, acabará com um cão dependente de algo, seja de uma enforcadora ou de um pedaço de comida, é apenas uma escolha.
“O treino de clicker só é bom para truques” – Cá está algo que muita gente esquece, para o cão um chamamento (vir ao dono quando é chamado), é tanto um truque como dar a pata. A importância do que ensinamos aos nossos cães está tão pura e simplesmente na que lhe damos. Eu considero, por exemplo, o chamamento, um dos comportamentos mais importantes a ser ensinado a um cão. Se o cão vai a correr directo a um carro, um chamamento pode salvar-lhe a vida. Mas eu ensino os meus cães este comportamento exactamente da mesma forma que ensino o rebola ou o anda em pé, porque da perspectiva do cão é tudo a mesma coisa. Os cães “na natureza” não vão a correr ter uns com os outros, nem nenhum cão faz chamadas aos outros.
Infelizmente ainda se ouvem destes e muitos outros argumentos pobres acerca do "treino positivo". É uma questão de tempo até que ninguém esteja disposto a ver o seu cão numa estranguladora, a ser rolado pelo chão á força, a sofrer nas mãos de alguém só porque sim.
Treinadores positivos todos os dias salvam a vida a milhares de cães, usando métodos que respeitam o animal e resultam na modificação de comportamentos complexos, como agressão.
Foi graças aos métodos positivos que conseguimos treinar cães de assistência, cães para cegos, cães que detectam cancros e ataques epilépticos.
Estarei cá no dia em que começarei um artigo assim: “Por incrível que pareça, sou do tempo em que os castigos ainda faziam parte do treino canino...mas hoje falamos de um novo começo”
Treinadores positivos todos os dias salvam a vida a milhares de cães, usando métodos que respeitam o animal e resultam na modificação de comportamentos complexos, como agressão.
Foi graças aos métodos positivos que conseguimos treinar cães de assistência, cães para cegos, cães que detectam cancros e ataques epilépticos.
Estarei cá no dia em que começarei um artigo assim: “Por incrível que pareça, sou do tempo em que os castigos ainda faziam parte do treino canino...mas hoje falamos de um novo começo”
17 comentários:
Olá Claudia, muito bom esse texto, adorei mesmo...
Excelente artigo!!
Ótimo texto!!!
Não sou entendida no assunto, mas sempre tive esta mesma opinião. Muito bem escrito!
Excelente artigo. Devo dizer que o meu cão já teve a infelicidade de usar estas coleiras, mas graças aos teus artigos, acho que a dita coleira irá passar mais tempo gaveta do que no pescoço dele!!
Excelente artigo. Deixa-me sempre a questionar a necessidade de usar tais coleiras...
Muito bom artigo Claudia
Eu não sou a favor das estranguladoras e so a pouco tempo comecei a trabalhar com o clicker.
Mas eu não vejo as coisas tão drasticas assim, porque grande parte das pessoas não sabe usar uma estranguladora.
A estranguladora é uma coleira normal que pode ser usada como estranguladora ou não !! é exactamente igual as trelas que são usadas em campeonatos do mundo de Agility !!!
São trelas em que a coleira são uma unica peça e são faceis de tirar .
A diferença é que são usadas por pessoas que sabem o que estão a fazer e os cães ja foram ensinados
quero dizer que o problema não é a estranguladora mas sim as pessoas que as usam não perceberem nada do que estão a fazer.
o cão puxa ... vamos estrangular !!!! resultado = puxa ainda mais !!!!!
Se todas as pessoas que tem cães fosse obrigadas a ter aulas , e se estas fossem muito mais baratas !!!! talvez algo mudasse
Bom trabalho Claudia
bjs
Olá Hugo e obrigada pelo comentário e por teres lido o artigo. De qualquer forma deixa-me dizer que uma estrangulador não é uma coleira normal. Uma coleira normal é uma coleira normal, daquelas de tecido. O que tu vês usar são coleiras de enfiar no pescoço, mas estas têm um travão de pele do lado do interior e evitam que a trela funcione como estranguladora, até porque o intuito das mesmas é apenas facilitar colocar e tirar do pescoço do cão. As coleiras a que me refiro são estranguladoras de metal, que apenas têm uma função e que se as colocares no anel morto elas ficam muito laças no pescoço do cão e como tal são perigosas no sentido em que o cão pode fugir facilmente. As aulas de obediência não são caras, as pessoas é que têm que começar a perceber onde devem procurá-las e também pensar que o investimento que fazem hoje terá frutos o resto da vida do cão.
Eu sei quais são ja usei estranguladora ( muito me arrependo ) e uso uma dessas de pano nas provas, mas também te digo que muitas pessoas não da o no que falas .
Ainda sobre o assunto da estranguladora, e que fique aqui assente que sou contra, eu percebo o porque de algumas escolas usarem
Os exemplos que das são fora de Portugal, outra mentalidade com os animais como sabes, as pessoas ( porque estas são as mais importantes ) ja sabem que ter um cão é uma responsabilidade e sabem que ir para uma escola é quase obrigatório, sendo que em alguns países é obrigatório !!, em Portugal o caso muda de figura.
Grande parte das pessoas sabe la que existem escolas de cães, e quando se diz que tem que se pagar , e tem de sair de casa ???? muito boa gente vai a escolas e diz “ olhe sff é para ensinar e passo aqui daqui a uns meses !!! “
Um amigo meu falou-me neste cenário
Imagina que tens uma escola e aparece um Rot com 4 anos com sérios problemas comportamentais , não pode ver outros cães, fica louco, não gosta de pessoas estranhas . muito louco.
O que fazes ?? vais com clicker ?? vais com biscoitos ?? vais treinar o cão durante meses sozinho ?? e o dono que é um bronco que nunca devia ter um cão quanto mais o Rot , passado um mês pergunta , “ O Cláudia o cão esta igual, ele só se acalma quando lhe dou com o pau que levo quando vou passear , isto aqui não faz nada “.
O que fazer , deixar a pessoa ir embora ?? porque sabemos que o cão vai demorar muito ate estar mais calmo.
Ou mudar o método ?? talvez usar algo que exija mais pressão sobre o cão, algo mais negativo ?
O que quero dizer é que por vezes temos de fugir do método positivo para depois mais tarde poder lá voltar
Eu uso método positivo com os meus cães, mas com um Rot completamente maluco ? se não tivesse alternativa , talvez um Halti, ou algo mais bruto não fizesse mal
Em relação as aulas serem caras ou não .... so posso falar sobre as que conheço e posso dizer que acho caro para o Português comum
Pois eu não acho que a desculpa que os estrangeiro é "diferente "deva servir para justificar uso de métodos aversivos.
Eu trabalhei no estrangeiro muito tempo e não acho que eles sejam "melhores" do que nós. Os portugueses têm tanta capacidade de perceber conceitos como os explicados neste website fora.
Que existe falta de informação? Sim talvez, mas isso cada vez menos e parte de cada um procurar a informação adequada.
Quanto ao termos que usar métodos punitivos isso só acontece quando não se sabe usar métodos positivos. O exemplo de que um cão agressivo é tratado com biscoitos e clicker mostra que percebes pouco de como funciona a modificação comportamental canina.
O post foca-se no uso da estranguladores, enforcadoras, coleiras de bicos, no treino normal. Modificação comportamental é um tema diferente, mas de qualquer forma, se nem para um senta uso castigos e instrumentos arcaicos como enforcadoras nos meus cães, quanto mais para modificar comportamentos complicados.
O método positivo é extremamente complexo e não se limita a dar biscoitos e clicar quando o cão faz bem. Isso pode ser assim, simples quando queremosn ensinar uns sentas, mas para manipular comportamentos tão complexos como agressão é necessário aplicar conceitos bem mais profundos, que obviamente não posso explicar em 3 linhas aqui num comentário.
Mas certamente não será com mais agressão que tratas nada!
Tratam-se cães agressivos sem uso de métodos punitivos, e a última coisa que queremos é colocar um cão agressivo nas mãos de um treinador que usa métodos punitivos, porque agressão gera agressão. Um cão com medo não aprende.
Os donos de cães apenas precisam de entender que se têm cães com problemas comportamentais devem pedir ajuda o mais cedo possível e de preferência a treinadores que usem métodos positivos e que não piorem na vez de melhorar o comportamento do cão.
Existem alguns posts neste website que demonstram técnicas de modificação comportamental eficazes sem uso de punitivos, e no fórum tens discussões e vídeos acerca de variados métodos para mudar cães agressivos que não incluem castigos, se estiveres interessado no tema.
Aliás estendo o convite a quem quiser.
Cpts
olá ( de novo :) )
Agressividade não se trata com agressividade, eu sei disso e concordo completamente.
Mas como te disse nem todas as pessoas querem esperar uns meses e nem todas as pessoas tem o dinheiro para efectuar um treino que demora um pouco mais de tempo.
As pessoas ( erradamente ) querem ver resultados imediatos e esperam que eles caiem do céu e de preferência sem trabalharem muito.
Eu sei que sou muito fraco em relação a comportamento animal, a minha única experiência passa unicamente pelo que passei com o meu cão, e por aquilo que vi e li
O que eu tentei explicar, e se calhar expliquei mal, é que nem tudo que é negativo é mau.
Por exemplo: os cães policia , como é que são treinados ? são cães de linhagem de trabalho com capacidade de trabalho enorme e os que eu vi são treinados com estranguladoras.
Estão errados ?
Percebes onde quero chegar.
A estranguladora nas mãos de uma pessoa que não percebe nada daquilo É MUITO MAU , mas se for nas mãos de alguém com capacidade e que sabe o que esta a fazer não acho assim tão mau
Eu não treino os meus cães e essencialmente o meu novo cão dessa forma. Mas percebo que as vezes seja necessário treinar
E claro que vou ver os vídeos e textos sobre comportamento animal no fórum ..convite aceite
Tu disseste:
Por exemplo: os cães policia , como é que são treinados ? são cães de linhagem de trabalho com capacidade de trabalho enorme e os que eu vi são treinados com estranguladoras.
Estão errados ?
Então Hugo assim até me surpreendes, se neste mesmo artigo tens o link para o Steve White que há 31 anos treina cães para a polícia com métodos positivos. A polícia em Inglaterra está proibida (sim proibida por lei) de usar coleiras de choque e enforcadoras para treinar os seus cães. Por isso a resposta á tua questão é não, não estão errados, estão desactualizados- acho muito mais grave que alguém que se diz profissional usar um instrumento que magoa um animal para o obrigar a fazer o que a pessoa quer, sabendo muito bem o que está a fazer, do que um dono de cão, que por falta de informação, ou porque foi pressionado por outros use o mesmo método.
Eu vi o link mas não sabia da proibição em Inglaterra , e fico muito contente com isso
Mas podes ter a certeza que a estranguladora é usada nas policias em Portugal .... mal ou bem são usadas e certamente com a perfeita consciência do que podem causar
Bem .... a todos os que leram estes comentários .... espero que tenham tirem muitas conclusões heheh
Bjs Cláudia e muito obrigado por esta conversa
Xau Xau
Hugo
Sim sei que é verdade. Nem é preciso ires à polícia para veres isso. Mas o tempo mudará tudo estou certa disso.
O prazer foi meu.
Bjs
Olá,
Gostei bastante do texto e concordo plenamente com a sua maneira de pensar.
Só acho que faltou mesmo falar um pouco sobre os tais ensinamentos positivos. Já que falou do que não se deve fazer, gostava de conhecer melhor o que fazer. De qualquer maneira vou fazer uma pesquisa.
Cumprimentos
Pedro Lopes
Um cão não foi feito para sofrer nem ser castigado .
Metam um coleira de picos aos seus filhos quando se postarem mal .
E depois digam-me em que ser eles se tornaram anos depois .
Não é preciso ser muito inteligente .
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