Escrito por Jean Donaldson no seu blog
Quando eu comecei a treinar cães pela primeira vez, o mantra era “cães são animais de matilha”. Isso nunca era questionado: os cães eram animais que desenvolviam laços fortes com as suas famílias humanas, por vezes mesmo até ao ponto de desenvolver desordens como ansiedade por separação. Muitos dos comportamentos caninos foram construídos tendo a hierarquia social em mente. Ninguém se lembrou de observar o que fazem os cães quando estes não fazem parte duma família humana, isto é, cães ferais. Como tal, há uns tempos atrás fui observar o que chamamos de populações de cães ferais e semi-ferais à volta do mundo. Acontece que existem imensas populações dessas pelo mundo fora.
Durante a ditadura de Nicolae Ceaucescu, uma reconstrução muito mal pensada na Romania, resultou na demolição de milhares de casa e da recolocação de milhares de famílias para apartamentos pequenos espalhados pelo país. Para os cães dessas famílias, isso significou o abandono maciço, onde estes se multiplicaram e talharam uma existência marginal desde então.
Uma triste situação seja de que ângulo fôr, a explosão de cães ferais na Romania é uma experiência não intencional que se desafia um dos maiores aforismos do mundo do comportamento canino: que os cães são animais de “matilha”. Os cães na Romania não formavam matilhas. As suas associações uns com os outros eram breves e casuais: dois cães podem estar juntos temporariamente e depois separarem-se. Os cães são muitas vezes atraídos uns aos outros através dum escasso recurso tal como a comida ou uma cadela em cio mas assim que esse magneto desaparece, eles separam-se.
Isto contrasta com os lobos que, sendo geneticamente uma espécie idêntica aos cães, vivem em matilhas. Como é explicado pelo biólogo da Universidade de Minnesota, o Dr. David Mech, cada matilha é um núcleo familiar que consiste do par que acasala e dos seus filhos. Quando os filhos atingem a maturidade por volta dos dois anos de idade, eles dispersam para evitar o acasalamento interno e se viverem tempo suficiente, acasalam com outras fêmeas e formam a sua própria família (matilha).
As vidas sociais dos cães na Romania podem ser a excepção à regra, por isso é necessário examinar todas as populações de cães ferais para formular uma hipótese acerca do comportamento social canino.
Quando eu comecei a treinar cães pela primeira vez, o mantra era “cães são animais de matilha”. Isso nunca era questionado: os cães eram animais que desenvolviam laços fortes com as suas famílias humanas, por vezes mesmo até ao ponto de desenvolver desordens como ansiedade por separação. Muitos dos comportamentos caninos foram construídos tendo a hierarquia social em mente. Ninguém se lembrou de observar o que fazem os cães quando estes não fazem parte duma família humana, isto é, cães ferais. Como tal, há uns tempos atrás fui observar o que chamamos de populações de cães ferais e semi-ferais à volta do mundo. Acontece que existem imensas populações dessas pelo mundo fora.
Durante a ditadura de Nicolae Ceaucescu, uma reconstrução muito mal pensada na Romania, resultou na demolição de milhares de casa e da recolocação de milhares de famílias para apartamentos pequenos espalhados pelo país. Para os cães dessas famílias, isso significou o abandono maciço, onde estes se multiplicaram e talharam uma existência marginal desde então.
Uma triste situação seja de que ângulo fôr, a explosão de cães ferais na Romania é uma experiência não intencional que se desafia um dos maiores aforismos do mundo do comportamento canino: que os cães são animais de “matilha”. Os cães na Romania não formavam matilhas. As suas associações uns com os outros eram breves e casuais: dois cães podem estar juntos temporariamente e depois separarem-se. Os cães são muitas vezes atraídos uns aos outros através dum escasso recurso tal como a comida ou uma cadela em cio mas assim que esse magneto desaparece, eles separam-se.
Isto contrasta com os lobos que, sendo geneticamente uma espécie idêntica aos cães, vivem em matilhas. Como é explicado pelo biólogo da Universidade de Minnesota, o Dr. David Mech, cada matilha é um núcleo familiar que consiste do par que acasala e dos seus filhos. Quando os filhos atingem a maturidade por volta dos dois anos de idade, eles dispersam para evitar o acasalamento interno e se viverem tempo suficiente, acasalam com outras fêmeas e formam a sua própria família (matilha).
As vidas sociais dos cães na Romania podem ser a excepção à regra, por isso é necessário examinar todas as populações de cães ferais para formular uma hipótese acerca do comportamento social canino.
Muitas populações de cães ferais existem no sahara africano, América do Sul, Índia, México, Tasmânia (cães da ilha de Cook), Hawaii, Banguecoque e numa situação paralela à de Romania, em Moscovo. Acredita-se que os cães Pariah no subcontinente Indiano são os que formam uma população mais longa e contínua de cães ferais, datando quase 14,000 anos, quase tão longa quanto as provas arqueológicas existem de cães domésticos.
Existem casos de um cão que se junta a outro ou a um grupo por alguns duas, e outros que se aproximam dada uma fonte de comida, no entanto, nenhuma das populações acima faladas formam matilhas da forma que os lobos fazem. Os machos, na realidade, não participam na criação dos cachorros, que é a essência de uma matilha de lobos. E a procura de comida feita pelos cães é muito diferente do ritual de caça como actividade de aquisição de comida, outra diferença entre os lobos e os cães.
Por contraste, os relatos do comportamento social dos Dingos são muito mais conflituosos. Muitas vezes a mesma fonte, dirá num parágrafo que os Dingos são primariamente solitários e que ocasionalmente se juntam com outros para poderem matar uma presa grande e mais tarde dizem que os Dingos são animais de matilha com hierarquias estáveis, à lá Lobo Cinzento. As recentes descobertas genéticas permitiram distinguir os Dingos puros daqueles que eram híbridos de lobos. Curiosamente, os híbridos são muitas vezes indistinguíveis ao olho destreinado. Portanto, e sendo generosa, pode ser que a discrepâncias existente entre (e dentro da mesma) fontes devesse parcialmente à observação mista de animais híbridos e Dingos puros.
Um colega meu que fez várias viagens à Ilha de Cook para dar tratamento veterinário à população de cães ferais apercebeu-se de duas coisas: existe um grande número de cães com pernas curtas, e uma total falta de coesão social. Ela esperava e procurou matilhas, uma vez que sempre falou e ouviu que os cães são animais de matilha. Vezes sem conta e sempre que lá voltava ela testemunhava aquilo que o Dr. Dunbar sempre disse, que os cães formam associações “soltas e transitórias” e não matilhas hierárquicas rígidas.
Se vamos dizer que os cães são animais de matilha, temos que pensar nas imensas populações de cães que, na ausência duma família humana, confinamento e domesticação, simplesmente são independentes e não animais de matilhas.
Para ajudar os cães na Romania clicar no link romaniaanimalrescue.com
Para ajudar os cães em Moscovo clicar no link moscowanimals.org
Para ajudar os cães de Banguecoque clicar no link scadbangkok.org
Para ajudar a controlar a população de cães na Índia, visite wsdindia.org.
2 comentários:
Interessante
Bom dia
Acredito que deva-se levar em conta o ambiente influenciando o comportamento dos cães ferais observados na romenia. Diferente da selva, nas áreas urbanas é muito mais fácil obter alimento enquanto se está sozinho do que em grupo.
Os cães ferais da Índia se agrupam por proteção. Existem também os cães da Carolina, que são ferais e vivem em matilha.
Mesmo entre os lobos temos indivíduos que, vez por outra, deixam a matilha e se tornam temporariamente solitários para encontrar ou formar nova matilha.
Não concordo, no entanto, que os cães vejam os humanos exatamente como membros de uma matilha como explicado no início da matéria, porem se analisarmos os lobos podemos aproveitar muito para aplicarmos aos cães de forma que eles tenham uma vida agradável.
Por fim, isto não foi uma crítica, somente um comentário. Gostei muito de seu blog, continue o bom trabalho.
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