TREINO E AVALIAÇÃO DE
COMPORTAMENTO CANINO
Cláudia Estanislau – Treinadora Especialista
em Comportamento
Canino (Diploma DTBC
pela CASI Institute Canada)
SEMINÁRIO DE TREINO POSITIVO E TÉCNICAS DE CLICKER
25 e 26 Julho 2009 10:30 - 13:00 e 15:00 - 18:00
Vila de Cucujães, Sede do Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento 24
A Escola It’s All About Dogs e a APDASC (www.apdasc.com) organizam pela primeira vez um seminário de técnicas de treino caninas.
Este seminário tem como principal intuito o ensino das técnicas de clicker e métodos de treino positivos. É um seminário que pode ser participado por qualquer pessoa, desde donos de cães, a treinadores, veterinários e profissionais do mundo da canicultura.
Os temas incluem:
Técnicas de treino positivas
Técnicas de treino tradicionais
Consequências do uso de técnicas de treino tradicionais
Esclarecimento de termos como “flooding” e“learned Helplessness”
Exemplos práticos de técnicas de treino positivas
Clicker o que é? Qual a sua funcionalidade
Condicionamento Clássico e Operante
Como ensinar com o clicker
Capturar, Moldar, Induzir comportamentos no treino
Reforço Intermitente
Ensino do senta, deita, fica, chamamento, caminhar ao lado, não puxar na trela, recusa de comida e alguns truques
Este seminário tem a duração de 2 dias. Inclui apresentação em Powerpoint, visionamento de filmes explicativos e discussão dos diversos temas a abordar. O segundo dia terá exemplificação prática dos métodos discutidos no primeiro dia, com participação activa dos participantes e seus cães.
FICHA DE INSCRIÇÃO
Nome:_____________________________________________________________
Ano de Nascimento: ______
Morada:___________________________________________________________
_________________________________________________________________
Telemóvel ou telefone: _____________________________________________________
E-mail: ________________________________________________________________
Profissão/ocupação: ________________________________________________________________
Principal motivo porque se inscreve neste Seminário: _______________________________________________________________
No 2.º dia do Seminário deve trazer o seu cão cujo nome é ______________________, da raça (ou sem raça) ______________________________________________________, nascido a ______________________________________.
TAXA DE INSCRIÇÃO
• Taxa de inscrição – € 30 (trinta euros)
• A taxa de inscrição pode ser paga através de:
o Transferência ou depósito bancário na Conta Santander da APDASC com o NIB: 001800031471752402023;
o Cheque à ordem de APDASC.
ATENÇÃO: As inscrições são limitadas a 15 participantes.
A INSCRIÇÃO SÓ É VÁLIDA APÓS PAGAMENTO e o pagamento (cheque) ou comprovativo de pagamento (cópia do talão de transferência ou depósito), devem ser remetidos para geral@apdasc.com, ou APDASC, Rua S. Martinho, Casas do Mosteiro, Lote 15, 3720-869 Vila de Cucujães, até 17 de Julho de 2009.
Está incluído na inscrição: Apresentação em PowerPoint, visionamento de filmes explicativos e discussão dos diversos temas a abordar, bem como a exemplificação prática dos métodos discutidos no primeiro dia, com participação activa dos participantes e seus cães. Todos os participantes receberão um certificado passado pela Escola em nome individual.
Mais informações: Através do e-mail geral@apdasc.com ou do contacto Carlos Costa 91.3229942
terça-feira, 30 de junho de 2009
SEMINÁRIO DE TREINO POSITIVO E TÉCNICAS DE CLICKER
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Sem rótulos por Alexandra Santos
Tentamos explicar muitos dos comportamentos dos nossos cães recorrendo a rótulos – roeu o sofá porque é vingativo. . . escondeu-se quando cheguei a casa porque sabe que fez asneira. . . rosnou-me quando me aproximei da comida porque é dominante. . .
Não sabendo analisar correctamente o que motiva os nossos cães a fazerem o que fazem, é normal encontrarmos algum conforto nos rótulos, pois sabemos o que significam e as nossas perguntas não ficam sem resposta. Sabemos o significado de ‘vingativo’, de ‘fazer asneira’, de ‘dominância’ (pensamos nós). Mas será que os rótulos têm alguma utilidade na modificação de comportamentos problemáticos? Se dissermos que o nosso cão rosna quando nos aproximamos da comida porque é dominante, qual é a solução do problema? Torná-lo menos dominante? E ao tornarmos um cão menos dominante não estaremos nós a ‘mexer’ numa série de comportamentos que não são problemáticos, deixando o comportamento problemático por resolver? Por mais confortantes que os rótulos sejam, não têm utilidade na modificação de comportamentos problemáticos.
Para além de pouco úteis, utilizamos alguns rótulos sem sabermos a sua definição. A dominância é um exemplo gritante. Se eu perguntar a 10 pessoas qual a definição de dominância, provavelmente obterei 10 respostas diferentes. Isto não me espanta, pois ainda não existe uma definição universal de dominância. Eis dois exemplos: dominância é agressividade (Wilson 1975); dominância é ausência de agressividade (Drews, 1993; Siiter, 1999). Pegando nestas definições contraditórias de dominância, posso dizer que o cão que rosna quando se aproximam da comida é dominante, mas só se a definição de dominância que tenho em mente for “dominância é agressividade”. Se a definição que tiver em mente for “dominância é ausência de agressividade”, não posso de maneira nenhuma afirmar que esse mesmo cão é dominante. Então, dependendo da definição de dominância com que estamos a trabalhar, podemos rotular o cão de ‘dominante’ ou ‘não dominante’ independentemente do comportamento problemático ser o mesmo.
Existe uma abordagem muito mais útil na modificação de comportamentos problemáticos, pois vai ao cerne do problema. Esta abordagem chama-se análise do comportamento.
Todos os comportamentos que o nosso cão emite têm um estímulo antecedente e uma consequência imediata.
Pessoa aproxima-se (antecedente) ---» cão rosna (comportamento) ---» pessoa afasta-se (consequência).
Um estímulo antecedente serve, simplesmente, para provocar um comportamento – aproximação à comida provoca o rosnar. . . tocar à campainha provoca o ladrar. . . e por aí fora. Mas o comportamento em si é sempre, mas sempre afectado pelo seu historial de consequências. Se a consequência de rosnar for o afastamento da pessoa, rosnar está a ser reforçado e será repetido de futuro, pois funciona na perfeição para o cão. Se a consequência de rosnar for a permanência da pessoa no sítio onde está, rosnar não está a ser reforçado, pois nada de diferente acontece quando o cão rosna. Na prática, a escolha de permanecermos imóveis quando o cão rosna pode ser imprudente, pois o cão pode investir. Para isso existem técnicas de modificação comportamental tais como o contra-condicionamento.
Na análise do comportamento o foco reside em manipular os estímulos antecedentes e as consequências, de forma a aceder ao comportamento problemático e modificá-lo. Esta manipulação só é possível após a identificação exacta do ‘pacote’ antecedente ---» comportamento ---» consequência. Como ‘vingativo’, ‘sabe que fez asneira’, ‘dominante’ e outros rótulos não têm lugar na identificação dos estímulos antecedentes, comportamento, e consequências imediatas, considero-os
inúteis, e potenciais indutores de erros de treino.
Alexandra Santos
Dip. ACP, Dip. ADT, Professional Member AABP
Copyright (c) 2009
Não sabendo analisar correctamente o que motiva os nossos cães a fazerem o que fazem, é normal encontrarmos algum conforto nos rótulos, pois sabemos o que significam e as nossas perguntas não ficam sem resposta. Sabemos o significado de ‘vingativo’, de ‘fazer asneira’, de ‘dominância’ (pensamos nós). Mas será que os rótulos têm alguma utilidade na modificação de comportamentos problemáticos? Se dissermos que o nosso cão rosna quando nos aproximamos da comida porque é dominante, qual é a solução do problema? Torná-lo menos dominante? E ao tornarmos um cão menos dominante não estaremos nós a ‘mexer’ numa série de comportamentos que não são problemáticos, deixando o comportamento problemático por resolver? Por mais confortantes que os rótulos sejam, não têm utilidade na modificação de comportamentos problemáticos.
Para além de pouco úteis, utilizamos alguns rótulos sem sabermos a sua definição. A dominância é um exemplo gritante. Se eu perguntar a 10 pessoas qual a definição de dominância, provavelmente obterei 10 respostas diferentes. Isto não me espanta, pois ainda não existe uma definição universal de dominância. Eis dois exemplos: dominância é agressividade (Wilson 1975); dominância é ausência de agressividade (Drews, 1993; Siiter, 1999). Pegando nestas definições contraditórias de dominância, posso dizer que o cão que rosna quando se aproximam da comida é dominante, mas só se a definição de dominância que tenho em mente for “dominância é agressividade”. Se a definição que tiver em mente for “dominância é ausência de agressividade”, não posso de maneira nenhuma afirmar que esse mesmo cão é dominante. Então, dependendo da definição de dominância com que estamos a trabalhar, podemos rotular o cão de ‘dominante’ ou ‘não dominante’ independentemente do comportamento problemático ser o mesmo.
Existe uma abordagem muito mais útil na modificação de comportamentos problemáticos, pois vai ao cerne do problema. Esta abordagem chama-se análise do comportamento.
Todos os comportamentos que o nosso cão emite têm um estímulo antecedente e uma consequência imediata.
Pessoa aproxima-se (antecedente) ---» cão rosna (comportamento) ---» pessoa afasta-se (consequência).
Um estímulo antecedente serve, simplesmente, para provocar um comportamento – aproximação à comida provoca o rosnar. . . tocar à campainha provoca o ladrar. . . e por aí fora. Mas o comportamento em si é sempre, mas sempre afectado pelo seu historial de consequências. Se a consequência de rosnar for o afastamento da pessoa, rosnar está a ser reforçado e será repetido de futuro, pois funciona na perfeição para o cão. Se a consequência de rosnar for a permanência da pessoa no sítio onde está, rosnar não está a ser reforçado, pois nada de diferente acontece quando o cão rosna. Na prática, a escolha de permanecermos imóveis quando o cão rosna pode ser imprudente, pois o cão pode investir. Para isso existem técnicas de modificação comportamental tais como o contra-condicionamento.
Na análise do comportamento o foco reside em manipular os estímulos antecedentes e as consequências, de forma a aceder ao comportamento problemático e modificá-lo. Esta manipulação só é possível após a identificação exacta do ‘pacote’ antecedente ---» comportamento ---» consequência. Como ‘vingativo’, ‘sabe que fez asneira’, ‘dominante’ e outros rótulos não têm lugar na identificação dos estímulos antecedentes, comportamento, e consequências imediatas, considero-os
inúteis, e potenciais indutores de erros de treino.
Alexandra Santos
Dip. ACP, Dip. ADT, Professional Member AABP
Copyright (c) 2009
sábado, 20 de junho de 2009
Modificar comportamentos agressivos através do castigo por Emma Parsons
Porque é que o castigo não resulta?? Extracto do livro por Emma Parsons, Click to Calm the Agressive Dog um livro que retrata a modificação comportamental de cães agressivos através do método do clicker e reforço positivo.
Comportamentos agressivos são difíceis de modificar, em parte porque estes normalmente evocam uma resposta emocional na pessoa. Embora a agressão seja um comportamento canino perfeitamente natural, assusta e embaraça as pessoas. Por vezes parece até um insulto pessoal para os donos que têm orgulho e tomam excelente cuidado dos seus cães. Comportamentos agressivos são complicados para nós: nós sabemos que um cão que morde é inaceitável, mas este cão é o nosso cão e nós sentimo-nos compelidos a ajudá-lo. A nossa responsabilidade pela vida dos nossos animais nunca é tão forte quando nos confrontamos com comportamentos agressivos crónicos.
Não é portanto de admirar, que procuremos métodos que parecem garantir soluções rápidas. O castigo físico parece ser a resposta óbvia. Se um cão “ se atira” a outro cão, dá um esticão na enforcadora ou coleira de bicos ou dá-lhe um choque com a coleira eléctrica. Se a consequência fôr suficientemente severa e imediata, não deveria acabar com o comportamento da cabeça do cão? Em primeiro lugar, o castigo é mau porque é abusivo. Em segundo, pode ser eficaz uma vez que cessa o comportamento quando este está a acontecer, no entanto, com o tempo a frequência e intensidade do castigo terão que ser aumentados para manter a resposta original de supressão de comportamento.
O risco que o cão agora corre, provém agora do castigo propriamente dito, assim como do risco das desastrosas consequências que usualmente ocorrem, incluindo hipervigilância, medo irracional, irritabilidade extrema, comportamento impulsivo/explosivo,hiperactividade, agressão evocada com a mínima provocação, afastamento e isolamento social, falta de sensibilidade ao prazer e dor e depressão.
No caso do meu cão Ben, os efeitos colaterais do uso do castigo, foram mais difíceis de tratar do que o comportamento agressivo original que eu queria curar. Ele rapidamente tornou-se extremamente reactivo a todos os cães e não só alguns como antes. Ele tornou-se medroso de ambientes nos quais ele anteriormente estava confortável. Ele tornou-se medroso de caixotes do lixo, lençóis a voar e sinais de stop.
O castigo pode causar um grande dano no relacionamento entre você e o seu cão. Você quer que o seu cão se sinta confortável junto de si, não ameaçado. O medo impede que a aprendizagem ocorra tanto nos cães como nos humanos. Se a ameaça vem da fonte de aprendizagem (o dono) a diminuição da aprendizagem está comprometida.
O mais sério perigo aliado ao uso do castigo, é que muitas vezes é confortável para o “castigador”. O castigo é um reforço para quem o administra. Muitas vezes leva-nos a erradamente acreditar que “solucionamos” o problema. A próxima vez estaremos tentados a castigar mais e com mais força.
Não só é o castigo um risco, mas também falha redondamente em ensinar o cão comportamentos alternativos. O cão não aprende o que deve fazer da próxima vez que se encontrar na mesma situação. Ele apenas aprende a temer a situação ainda mais. Para adequadamente solucionar problemas agressivos, você precisa de perguntar a si mesmo “ O que quero que o meu cão faça, na vez de ser agressivo?”.
Comportamentos agressivos são difíceis de modificar, em parte porque estes normalmente evocam uma resposta emocional na pessoa. Embora a agressão seja um comportamento canino perfeitamente natural, assusta e embaraça as pessoas. Por vezes parece até um insulto pessoal para os donos que têm orgulho e tomam excelente cuidado dos seus cães. Comportamentos agressivos são complicados para nós: nós sabemos que um cão que morde é inaceitável, mas este cão é o nosso cão e nós sentimo-nos compelidos a ajudá-lo. A nossa responsabilidade pela vida dos nossos animais nunca é tão forte quando nos confrontamos com comportamentos agressivos crónicos.
Não é portanto de admirar, que procuremos métodos que parecem garantir soluções rápidas. O castigo físico parece ser a resposta óbvia. Se um cão “ se atira” a outro cão, dá um esticão na enforcadora ou coleira de bicos ou dá-lhe um choque com a coleira eléctrica. Se a consequência fôr suficientemente severa e imediata, não deveria acabar com o comportamento da cabeça do cão? Em primeiro lugar, o castigo é mau porque é abusivo. Em segundo, pode ser eficaz uma vez que cessa o comportamento quando este está a acontecer, no entanto, com o tempo a frequência e intensidade do castigo terão que ser aumentados para manter a resposta original de supressão de comportamento.
O risco que o cão agora corre, provém agora do castigo propriamente dito, assim como do risco das desastrosas consequências que usualmente ocorrem, incluindo hipervigilância, medo irracional, irritabilidade extrema, comportamento impulsivo/explosivo,hiperactividade, agressão evocada com a mínima provocação, afastamento e isolamento social, falta de sensibilidade ao prazer e dor e depressão.
No caso do meu cão Ben, os efeitos colaterais do uso do castigo, foram mais difíceis de tratar do que o comportamento agressivo original que eu queria curar. Ele rapidamente tornou-se extremamente reactivo a todos os cães e não só alguns como antes. Ele tornou-se medroso de ambientes nos quais ele anteriormente estava confortável. Ele tornou-se medroso de caixotes do lixo, lençóis a voar e sinais de stop.
O castigo pode causar um grande dano no relacionamento entre você e o seu cão. Você quer que o seu cão se sinta confortável junto de si, não ameaçado. O medo impede que a aprendizagem ocorra tanto nos cães como nos humanos. Se a ameaça vem da fonte de aprendizagem (o dono) a diminuição da aprendizagem está comprometida.
O mais sério perigo aliado ao uso do castigo, é que muitas vezes é confortável para o “castigador”. O castigo é um reforço para quem o administra. Muitas vezes leva-nos a erradamente acreditar que “solucionamos” o problema. A próxima vez estaremos tentados a castigar mais e com mais força.
Não só é o castigo um risco, mas também falha redondamente em ensinar o cão comportamentos alternativos. O cão não aprende o que deve fazer da próxima vez que se encontrar na mesma situação. Ele apenas aprende a temer a situação ainda mais. Para adequadamente solucionar problemas agressivos, você precisa de perguntar a si mesmo “ O que quero que o meu cão faça, na vez de ser agressivo?”.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Porque com o treino positivo não existem limites
Foi no blog da incrível Susan Garrett (para quem não conhece, uma das "sumidades" do agility mundial) que encontrei os vídeos da Donna a treinar os seus cães.
Apesar de eu ser uma devota seguidora de todos os métodos e técnicas positivas que enaltecem a ligação entre dono e cão e permitem ensinar tudo a qualquer cão brincando todo o tempo, até eu ainda hoje me maravilho com o que este tipo de técnicas permitem fazer.
Eu nunca pensei colocar a questão, aos treinadores que acreditam que apenas com uso de coleiras, puxões e choques eléctricos se ensinam os nossos companheiros caninos, como fariam se simplesmente não pudessem fisicamente castigar os vosso cães??
Observem os vídeos e inspirem-se, treinem os vossos cães brincando com eles. O treino deve ser uma brincadeira, um momento de prazer, e quem vê a dona com os seus cães sejam eles border collies ou Dobermanns, vê uma "dança" de cumplicidade e respeito que nenhuma coleira de bicos ou estranguladora poderá alguma vez dar.
Obrigada Donna
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