quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Argue your standpoint regarding the domestic dog as an inherently pack oriented animal for training purposes.

Artigo por Olwen Turns traduzido na totalidade e retirado da sua página de Facebook aqui

A primeira questão a ser respondida é se os cães são ou não animais orientados a formarem matilhas.

O comportamento canino não comprova que os cães têm o mesmo comportamento social de matilha como os lobos e que este mudaram e evoluíram para um nicho diferente (Coppinger 2001). É também sugerido que os cães e os lobos são dois ramos do mesmo antecessor e que um não descende do outro como temos as raposas de Belyaev para provar o quão rápido a diversificação ocorre (O’Heare). A formação de matilhas nos cães domésticos parece ser uma excepção e não uma regra (Eaton and Van Kerkhove and O’Heare). Cães são animais sociais, eles brincam uns com os outros, com outros animais e com humanos, eles podem sofrer de ansiedade por separação se deixados sózinhos (O’Heare). Os cães domésticos não têm necessidade de formar matilhas uma vez que as suas necessidades são colmatadas mas têm a capacidade de viver em grupos sociais enquanto se ocupam das suas tarefas individualmente. Se não existe, no entanto, motivo para os cães formarem matilhas, também não existe um motivo para tentarmos ser o “alpha”. Enquanto aceitarmos os cães na nossa família humana eles nunca poderão relacionar-se com os humanos como se estes formassem parte do seu grupo por causa do processo chamado imprinting que ocorre durante as primeiras semanas de vida de um cachorro. Matilhas tendem a ser conspecíficas (Eaton). Por outro lado, dizem-nos que os cães anseiam ter um líder na sua matilha e aceitam um ser humano nesse papel (Holmes).

Também temos que responder à questão em que consiste a teoria da matilha, quais são as regras, de onde vieram? Na sua apresentação no simposium realizado pela UKCRB em 2009 o Dr. David Montgomery afirma que ele nunca encontrou ninguém que possa confirmar de onde originou a teoria da matilha, onde está publicada ou em que factos se baseia.

Sugere-se que a teoria origina dos estudos feitos a lobos em cativeiro por Rudolph Schenkel referenciados no livro “The Wolf: Ecology and Behaviour of an endangered species” escrito por David Mech (Mech 2008). Semyonova acredita que a teoria da matilha é resultado da crença de que os cães fazem tudo igual aos lobos (Semyonova 2009), outra proposição é que a teoria da matilha tem sido usada como justificação para uso de aversivos no treino e que qualquer desobediência por parte do cão acontece apenas porque o humano não é o alpha da matilha (Donaldson 2005).

David Sands diz num artigo na Dogs Monthly Magazine (Dezembro 2009) que existem muitos factores que influenciam o comportamento canno, incluindo a personalidade da mãe, a procriação, genética, dieta, sociabilização e saúde. Sue Hull na conferência da UKRCB em 1998 conta a sua experiência aquando da criação de um lobo bebé durante a qual ela mencionou que os lobos e cães são muitos parecido e muito diferentes. Ela afirmou que um lobo para se tornar apto a estar perto de pessoas precisa de ser retirado da mãe antes dos 21 dias de idade. Ela comentou que a maior diferença entre os cães e os lobos é que os primeiros nascem com os conhecimento de como se comportar perto de pessoas, algo que os lobos não detêm.

Durante os anos 80 e 90 a literatura acerca dos cães e dos programas de redução de status tornaram-se populares; assumindo que o cão queria ser dominante causava problemas (Eaton). A dominância nos lobos consiste em eliminar a ameaça que outro lobo possa apresentar no que toca à prioridade de procriar e incorpora uma série de rituais (Abrantes 1997), o conceito de dominância nos lobos nunca poderia ser aplicado aos animais de companhia que temos em casa e as pessoas não estão anatomicamente equipadas para imitar os rituais nomeados anteriormente (Eaton).

Muitas pessoas afirmam que a dominância nos cães trata-se do controlo de recursos, para entender esta afirmação, temos que pensar que recursos são esses; comida, água, refúgio e outras coisas dependendo do cão, do ambiente que o rodeia e se o cão pode na realidade controlá-los (Eaton).

A lista de regras da matilha é inconsistente mas geralmente inclui, não permitir o cão na mobília, não deixar que se deite em frente às portas, não deixar que começe ou termine brincadeiras ou não deixar que puxe na trela; comer sempre antes do seu cão, passar nas portas, conseguir mexer na comida enquanto o cão come e colocar o seu cão deitado (alpha roll) (Eaton e Semyonova).

Se analisarmos as regras uma a uma, é possível analisar como nenhuma delas está relacionada com lobos ou cães e como os humanos não conseguem imitar comportamento canino (Eaton e Semyonova). Por exemplo, comer sempre antes do seu cão não é prático nem possível e envia mensagens confusas se você não o fizer sempre (Eaton).

As pessoas podem ensinar os cães a comportarem-se como querem usando condicionamento operando e reforço positivo e os cães podem aprender como usar o condicionamento operante para manipular o seu ambiente e obterem o que dele querem (O’Heare).

Concluindo, os cães não são por natureza animais de matilhas, as regras de matilha são baseadas em comportamentos caninos que não conseguimos imitar; cães têm relacionamento conspecíficos, e nós damos aos cães tudo o que eles precisam, estes adaptam-se a viver numa estrutura social e fazer o que consideram recompensador; é possível ensinar os cães a comportarem-se usando métodos motivacionais, condicionamento operante e reforço positivo (Eaton) o uso desta teoria é na sua essência nada razoável.

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